Um sinal de rádio captado em junho do ano passado, inicialmente considerado como possível evidência de fenômenos cósmicos distantes, teve sua origem identificada em um objeto muito mais próximo: o satélite Relay 2, lançado pela NASA em 1964 e atualmente fora de operação. A informação foi divulgada pelo portal R7.
A descoberta foi feita por uma equipe liderada pelo astrônomo Clancy James, da Curtin University, na Austrália, por meio do radiotelescópio Australian Square Kilometer Array Pathfinder (ASKAP). O sinal, que variava entre 695,5 e 1031,5 megahertz, chamou atenção por sua intensidade e brevidade, características semelhantes às das chamadas rajadas rápidas de rádio (FRBs, na sigla em inglês), eventos de curta duração e alta energia, cuja origem ainda é tema de estudo na astrofísica.
A identificação do Relay 2 como fonte do sinal reforça os desafios enfrentados por pesquisadores na distinção entre emissões de origem cósmica e sinais gerados por equipamentos humanos, mesmo quando estes já estão desativados. Segundo os cientistas, embora inativo há mais de cinco décadas, o satélite ainda pode emitir sinais eletromagnéticos ocasionais, possivelmente devido à interação de seus componentes com o ambiente espacial.
A situação também evidencia o nível de sensibilidade atingido pelos instrumentos de observação astronômica modernos, capazes de detectar transmissões sutis, mesmo oriundas de satélites antigos. O caso contribui para o aprimoramento de metodologias que buscam diferenciar fontes naturais e artificiais no estudo do espaço profundo.