quarta-feira | 09.07 | 11:31 AM

Nova pesquisa da NASA aponta causa do desaparecimento da água em Marte

Estudo identifica pulverização catódica como principal mecanismo de perda de água no planeta vermelho, agravado por tempestades solares

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A NASA divulgou recentemente os resultados de uma nova pesquisa que oferece uma explicação mais clara sobre o motivo de Marte ter perdido toda a sua água. Estudos anteriores já indicavam a presença de água líquida e até possíveis formas de vida simples no planeta, mas o enigma sobre o desaparecimento desse recurso essencial permanecia sem uma resposta definitiva.

De acordo com a nova análise, o fenômeno chamado pulverização catódica que ocorre quando partículas eletricamente carregadas interagem com a atmosfera foi o fator predominante na remoção da água marciana. Esse processo teria ocorrido há bilhões de anos, durante um período de intensa atividade solar, informa Jovem Pan News.

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Segundo informações da NASA, nos estágios iniciais da formação de Marte, o planeta perdeu seu campo magnético, o que o tornou vulnerável à ação direta dos ventos e tempestades solares. Essa perda de proteção atmosférica fez com que a água líquida se tornasse instável na superfície, permitindo que ela escapasse para o espaço.

Esse entendimento representa um avanço importante na compreensão de como o planeta vermelho se modificou ao longo de sua história geológica. Após dez anos de pesquisas realizadas pela missão Maven, destinada ao estudo da atmosfera e clima marcianos, cientistas conseguiram pela primeira vez observar diretamente o fenômeno da pulverização catódica. A equipe detectou evidências do processo ao analisar isótopos de argônio presentes na atmosfera de Marte.

Para isso, utilizaram três instrumentos a bordo da espaçonave Maven, capazes de fazer medições simultâneas, o que possibilitou a criação de um novo mapa que relaciona os átomos de argônio pulverizado à intensidade do vento solar.

Os dados revelaram que a pulverização catódica ocorre com uma frequência quatro vezes maior do que se imaginava anteriormente, e que se intensifica durante tempestades solares.

Os achados foram publicados na revista Science Advances e trazem uma contribuição importante para o entendimento da evolução da atmosfera marciana e das condições que levaram à perda da água no planeta.

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