terça-feira | 15.07 | 4:37 AM

Mais de 240 cavalos morreram após consumirem ração contaminada e Ministério da Agricultura investiga

Produtos da empresa Nutratta continham substâncias tóxicas proibidas, produção foi suspensa e caso envolve quatro estados

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Ao menos 245 cavalos morreram após consumirem rações contaminadas produzidas pela empresa Nutratta Nutrição Animal. As mortes foram registradas em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Alagoas.

De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), está sendo investigada uma falha no controle das matérias-primas utilizadas pela empresa na fabricação das rações, informa Agência Brasil.

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“O consumo dos produtos da empresa foi comum a todos os equinos que adoeceram ou morreram. Já os animais que não ingeriram as rações permaneceram saudáveis, mesmo convivendo no mesmo ambiente”, afirmou o Mapa, com base em análises feitas pelos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA).

As investigações apontaram a presença de alcaloides pirrolizidínicos, especialmente a monocrotalina, uma substância tóxica oriunda de resíduos de plantas do gênero crotalaria, que foi encontrada nas rações. Segundo o ministério, esses elementos são incompatíveis com a segurança alimentar animal.

O secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, informou, em nota, que mesmo pequenas quantidades dessa toxina podem provocar danos neurológicos e hepáticos graves em animais. “A legislação é clara: ela [a substância encontrada] não pode estar presente em nenhuma hipótese nas rações”, enfatizou.

Diante do cenário, o Mapa instaurou processo administrativo fiscalizatório, lavrou auto de infração e determinou a suspensão cautelar da produção e venda de rações para equídeos pela Nutratta.

Posteriormente, a medida foi ampliada para suspender a fabricação de rações para todas as espécies animais. Apesar da interdição, a Nutratta conseguiu autorização judicial para retomar parcialmente a produção de rações que não são destinadas a equídeos.

O Mapa informou que recorreu da decisão, apresentando novas evidências técnicas para justificar a continuidade das  medidas de prevenção, devido ao risco sanitário representado pelos produtos. O ministério também informou que está acompanhando a situação e atuando para garantir o recolhimento dos lotes contaminados.

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