A Doença de Alzheimer é responsável por 60% a 70% dos casos de demência no mundo segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Infelizmente, o mal atinge atualmente cerca de 1,2 milhão de brasileiros, de acordo com a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz).
Porém, até pouco tempo atrás, o tratamento se limitava a amenizar os sintomas, sem alterar o curso da enfermidade. Agora, um novo medicamento aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) abre caminho para uma mudança significativa. O Kisunla (donanemabe) é capaz de retardar a progressão da doença em seus estágios iniciais.
“O que tem de muito novo nesse tratamento é que é um remédio capaz de reduzir a progressão do Alzheimer. Os estudos mostraram que os pacientes declinaram, mas de forma muito mais lenta em comparação aos que não usaram a medicação. Por isso, recebeu a autorização dos órgãos reguladores, tanto da FDA, nos Estados Unidos, quanto da Anvisa aqui no Brasil”, explica o neurologista Ricardo Alvim, coordenador da equipe de Neurologia do Hospital Mater Dei Salvador e especialista em Alzheimer e outras demências.
Segundo o especialista, trata-se de um marco histórico. “Pela primeira vez, temos uma terapia que atua diretamente no processo neuropatológico da doença, reduzindo os depósitos de proteínas que levam à morte dos neurônios e ao declínio cognitivo. Isso é revolucionário”, destaca.
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