Em regiões de baixa poluição luminosa e alta umidade na Austrália, como Illawarra, no litoral de Nova Gales do Sul, fenômenos naturais de bioluminescência têm chamado a atenção de observadores e fotógrafos. Em noites escuras, o que à primeira vista parece um céu estrelado no chão revela-se um conjunto de colônias de insetos, fungos e plânctons que emitem luz própria, relata BBC Brasil.
David Finlay, gerente de transporte e entusiasta da natureza, organiza excursões noturnas para apresentar esses fenômenos ao público. Ao explorar florestas subtropicais, ele busca “vermes brilhantes”, na verdade, larvas do mosquito-dos-fungos e outras formas de vida bioluminescentes, como vaga-lumes, fungos-fantasmas e centelhas-do-mar.
Essas espécies são sensíveis a alterações ambientais e, segundo especialistas, estão sob ameaça devido à urbanização, queimadas e mudanças climáticas. O incêndio florestal conhecido como “Verão Negro”, entre 2019 e 2020, afetou colônias inteiras em parques nacionais.

Finlay alerta para o impacto do turismo mal orientado e evita divulgar locais mais frágeis. Ele também fornece instruções aos visitantes sobre como minimizar interferências, como evitar o uso de luzes fortes, manter distância e não tocar nos animais.
A observação da bioluminescência tornou-se uma prática popular na Austrália, com grupos dedicados ao tema em redes sociais e excursões que esgotam rapidamente. Ainda assim, o equilíbrio entre o encantamento do público e a preservação dos ecossistemas continua sendo um desafio.
Tours organizados, como os da caverna Marakoopa, na Tasmânia, e no monte Tamborine, em Queensland, são apontados como exemplos de observação responsável. As recomendações incluem manter silêncio, usar lanternas com luz vermelha e evitar o contato direto com os organismos bioluminescentes.