sexta-feira | 04.07 | 6:35 AM

Barreiras sociais ainda impedem inclusão de autistas na sociedade

Falta de capacitação em escolas, preconceito e difícil acesso ao sistema de saúde impactam as pessoas com TEA

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Diversas questões sociais ainda impedem a inclusão plena dos autistas na sociedade. Isso acontece devido a fatores como a falta de acessibilidade em escolas, casos recorrentes de capacitismo e o difícil acesso ao sistema público e privado de saúde, impactando diretamente na formação de pessoas com autismo ao longo da vida.

O Censo Demográfico de 2022 do IBGE divulgou que o Brasil tem 2,4 milhões de pessoas com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), mas ainda assim, não oferece os recursos necessários para integrá-las nos espaços básicos de cidadania. De acordo com a psicóloga Priscila Santos “a combinação de um plano terapêutico individualizado com o envolvimento ativo da família e a inclusão escolar adequada forma uma rede de suporte que potencializa os resultados”.

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A fonoaudióloga Luciana reitera que “pensando no ambiente escolar, observamos a falta de adaptações curriculares e profissionais sem formação adequada”.

Além do dificultoso acesso ao SUS, as famílias brasileiras enfrentam adversidades com planos de saúde. Em 2023, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) registrou 265 reclamações de famílias de autistas contra planos, número que subiu para 362 em 2024. A limitação interfere no desenvolvimento das crianças com TEA, gerando sobrecarga emocional e financeira e, muitas vezes, obrigando as famílias a recorrerem à Justiça.

De acordo com o Centro de Prevenção e Controle de Doenças do Brasil (CPCD-BR), a cada 30 pessoas que nascem no país, uma é neurodivergente, e esse número pode dobrar nos próximos anos. A sociedade precisa agir para incluir a diversidade, e o país deve adaptar os aspectos da cidadania brasileira para acolher essa população. Como explica a psicopedagoga Carolina Ribeiro Rocha: “a sociedade precisa, antes de tudo, mudar o olhar, é fundamental promover informação, quebrar preconceitos e criar espaços acessíveis e respeitosos”.

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