A dermatite atópica (DA) é uma condição crônica de pele caracterizada por inflamação, coceira intensa e, em alguns casos, feridas provocadas pelo ato de coçar. A doença afeta principalmente crianças, com incidência de 7,3% nessa faixa etária, segundo dados do Ministério da Saúde. Entre adolescentes, o índice é de 5,3%, enquanto em adultos varia de 3% a 7%, informa G1.
No Brasil, estima-se que aproximadamente 2.664 pessoas a cada 100 mil habitantes convivam com a dermatite atópica. Desde 2024, o Sistema Único de Saúde (SUS) já atendeu mais de 500 mil pacientes com a condição.
Recentemente, o Ministério da Saúde incorporou três novos medicamentos ao tratamento da DA no SUS:
-
Tacrolimo: pomada de alto custo indicada para casos em que o uso de corticoides não é possível;
-
Furoato de mometasona: pomada utilizada como alternativa aos tratamentos tradicionais;
-
Metotrexato: medicamento oral indicado para pacientes com formas mais graves da doença.
As pomadas atendem, sobretudo, pacientes que apresentam resistência a corticoides ou que não podem utilizá-los.
A dermatite atópica não é contagiosa e, geralmente, afeta áreas de dobras do corpo, como a parte interna dos cotovelos, atrás dos joelhos e o pescoço. Em crianças, também é comum o aparecimento de lesões no rosto. A doença tem origem genética, mas pode ter causas emocionais e ser agravada por fatores ambientais.
Durante participação no quadro Bem Estar, no programa Encontro com Patrícia Poeta, a dermatologista Juliana Nakano explicou que o surgimento ou piora do quadro está associado a diversos gatilhos, entre eles:
-
mudanças climáticas;
-
cuidados inadequados com a pele;
-
excesso de banhos ou banhos muito quentes;
-
fatores emocionais.
Nakano reforça que a hidratação é uma das principais orientações no tratamento. “A hidratação precisa ser diária. Em alguns casos, o tratamento vai além de cremes e exige a adoção de terapias orais ou injetáveis, especialmente em quadros mais graves”, afirmou.
Segundo a médica, os avanços no tratamento da DA são significativos e os pacientes não devem desistir da terapia, mesmo que intervenções anteriores não tenham sido eficazes. “Hoje já há dados que mostram que o tratamento precoce pode modificar o curso da doença”, completou.
Pessoas com sintomas ou diagnóstico de dermatite atópica podem buscar atendimento em unidades básicas de saúde para se informar sobre os tratamentos disponíveis pelo SUS.