O Sistema Único de Saúde (SUS) passará a disponibilizar o implante contraceptivo conhecido como Implanon. Segundo o Ministério da Saúde, a inclusão do método foi anunciada nesta quarta-feira (2) durante reunião da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), informa Agência Brasil.
Considerado vantajoso por sua alta eficácia e longa duração, o implante atua por até três anos no organismo, o método será oferecido como parte das estratégias de planejamento reprodutivo e redução da mortalidade materna.
A portaria que oficializa a incorporação deve ser publicada nos próximos dias. Após isso, o Ministério da Saúde terá 180 dias para efetivar a oferta. As etapas incluem atualização de diretrizes clínicas, compra e distribuição do insumo, além da capacitação de profissionais de saúde para inserção e remoção do dispositivo.
A expectativa é de que o método esteja disponível em Unidades Básicas de Saúde (UBS) a partir do segundo semestre. O governo federal planeja distribuir 1,8 milhão de unidades, sendo 500 mil ainda em 2025. O investimento estimado é de R$ 245 milhões. Atualmente, o custo por unidade do implante varia entre R$ 2 mil e R$ 4 mil.
O Ministério da Saúde destacou que, além de evitar a gravidez não planejada, o acesso ao método também contribui para a redução da mortalidade materna, em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. O Brasil assumiu o compromisso de reduzir em 25% a mortalidade materna geral e em 50% a mortalidade entre mulheres negras até 2027.
O Implanon é um implante subdérmico classificado como LARC (sigla em inglês para métodos contraceptivos reversíveis de longa duração). Seu uso dispensa a adesão contínua da paciente, diferentemente dos métodos orais ou injetáveis. A fertilidade retorna rapidamente após a retirada do dispositivo.
O Ministério também informou que médicos e enfermeiros habilitados serão os responsáveis pela aplicação e remoção do implante, o que exigirá formações práticas e teóricas para garantir segurança e qualidade no atendimento.
Métodos contraceptivos atualmente disponíveis no SUS:
-
Preservativos externo e interno
-
DIU de cobre (também um LARC)
-
Anticoncepcional oral combinado
-
Pílula oral de progestagênio
-
Injetáveis hormonais mensal e trimestral
-
Laqueadura tubária bilateral
-
Vasectomia
A pasta reforçou que, entre todos os métodos disponíveis na rede pública, apenas os preservativos oferecem proteção contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).