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Obesidade animal: estilo de vida dos tutores reflete na saúde dos pets

Estilo de vida sem exercícios, excesso de petiscos e alimentação inadequada estão entre as principais causas da obesidade em cães e gatos

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O número de cães e gatos acima do peso tem crescido de forma preocupante no Brasil. Alimentação excessiva, petiscos fora de hora e a falta de exercícios estão entre as principais causas do sobrepeso animal, um problema que já compromete a saúde e reduz a expectativa de vida dos pets. Com isso, a obesidade, antes vista como uma condição exclusiva dos humanos, passou a ser uma das maiores preocupações dos veterinários.

Segundo o médico veterinário e coordenador do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário UniFG, Rodrigo Brito, o excesso de peso pode estar diretamente associado a doenças metabólicas, como diabetes, além de alterações cardíacas, respiratórias e ortopédicas. Ele destaca que animais obesos também têm maior risco em cirurgias, apresentam problemas de pele e maior intolerância ao calor.

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Os perigos de uma alimentação inadequada

Entre as principais causas do sobrepeso, o médico veterinário aponta o comportamento dos tutores. “Muitos associam o ato de alimentar com demonstração de carinho e acabam oferecendo porções maiores do que o necessário, ou até alimentos inadequados, como restos de comida humana”, explica.

Um levantamento global com tutores e médicos veterinários de oito países, incluindo o Brasil, realizado pela Royal Canin, aponta que cerca de 48,60% dos tutores entrevistados já ofereceram comida humana aos seus pets.  O estudo ainda destacou que 60,15% dos entrevistados oferecem alimentos humanos aos seus animais quando entendem que os pets parecem tristes, entediados ou solitários.

Além de contribuir para o sobrepeso, o consumo de comida humana pode causar desequilíbrios nutricionais, problemas gastrointestinais e até intoxicações alimentares. “Somente uma ração apropriada e de boa qualidade é capaz de suprir as necessidades nutricionais do animal”, destaca.

Além da alimentação desbalanceada, fatores como ansiedade e sedentarismo também contribuem para o ganho de peso. O professor da UniFG ressalta que um pet que não gasta energia tende a acumular gordura e desenvolver uma série de problemas de saúde.

Sinais de alerta e diagnóstico

Embora o acompanhamento veterinário seja indispensável, alguns sinais podem indicar que o pet está acima do peso. De acordo com Rodrigo Brito, a ausência de cintura visível, a dificuldade em sentir as costelas com um leve toque e o acúmulo de gordura na base da cauda são sinais claros de alerta.

“O ambiente e o estilo de vida também têm papel decisivo no controle do peso. O ideal é que os pets tenham espaços que estimulem a atividade física e uma rotina de passeios e brincadeiras. Contudo, se o animal se cansa com facilidade, evita brincadeiras ou fica mais ofegante após pequenos esforços, é hora de procurar o veterinário”, orienta o especialista.

Prevenção é o melhor caminho

O veterinário destaca que o exercício ajuda a queimar calorias, fortalecer músculos e articulações e equilibrar o metabolismo dos animais. Caminhadas e brincadeiras não apenas promovem saúde física, mas também beneficiam o bem-estar mental dos animais, reduzindo ansiedade, tédio e até depressão. “Quando o tutor participa dessas atividades, o vínculo entre ambos se fortalece, o que melhora o comportamento e a qualidade de vida do pet”, acrescenta o veterinário.

Assim, as visitas ao veterinário devem ser periódicas, mesmo em animais aparentemente saudáveis. Brito orienta que filhotes sejam avaliados a cada dois meses, adultos a cada seis meses e idosos a cada três meses. No caso dos animais com sobrepeso, o acompanhamento deve ser mensal, para ajustar a dieta e monitorar possíveis complicações.

Por fim, o especialista reforça que a obesidade é uma doença que pode ser evitada com hábitos simples e responsáveis. “Cuidar do peso é cuidar da vida do seu pet”, conclui.

Foto: divulgação

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