
Um grupo terapêutico voltado para mães de crianças com deficiências físicas ou neurodivergência está sendo realizado gratuitamente em Salvador. A iniciativa, coordenada pela Faculdade Unime Anhanguera, no Shopping Paralela, visa oferecer acolhimento psicológico profissional e humanizado. Os encontros ocorrem semanalmente às segundas-feiras, a partir das 18h. As interessadas devem se inscrever por meio de formulário online disponível no link indicado pela instituição, informa Correios.
O projeto foi idealizado no segundo semestre de 2024 por quatro alunas do curso de Psicologia: Yane Karine dos Santos Benvindo, Maria Vitória Oliveira de Souza, Jeane Souza de Santana e Luzicléia Batista da Silva. A proposta surgiu a partir de observações feitas durante estágios, nas quais foi identificada a carência de suporte emocional acessível para mães de crianças atípicas.
Segundo a coordenadora acadêmica da instituição e neuropsicóloga Anna Rubia Pirôpo, que supervisiona o projeto, o objetivo principal é proporcionar acolhimento, escuta clínica e promoção do bem-estar. Ela destaca que muitas dessas famílias não têm acesso a serviços especializados e enfrentam desafios emocionais significativos. “Os atendimentos são conduzidos por alunos e alunas do curso, sempre sob supervisão docente, promovendo tanto o apoio às famílias quanto a formação prática dos estudantes”, afirma.
De acordo com as idealizadoras, o projeto, intitulado Cuidar de Quem Cuida, oferece um espaço para que as mães possam compartilhar vivências, esclarecer dúvidas e lidar com emoções relacionadas à sobrecarga cotidiana. A estudante Yane Karine define o grupo como “um espaço seguro e acolhedor”, e Maria Vitória acrescenta que o apoio psicológico pode fortalecer os vínculos sociais e melhorar a qualidade de vida das famílias atendidas.
A preceptora Milena Evangelista acompanhou o desenvolvimento inicial do projeto, que mais tarde foi institucionalizado pela Unime Anhanguera. Atualmente, o grupo busca parcerias com organizações não governamentais e instituições de ensino inclusivas para ampliar o alcance e o impacto da iniciativa.
Para Luzicléia Batista, o projeto responde a uma necessidade real de acolhimento para mães de crianças atípicas. Jeane Souza complementa afirmando que o suporte contínuo e humanizado contribui diretamente para a saúde mental das participantes e, por consequência, para o cuidado que oferecem aos filhos.
O diretor da Unime Anhanguera, Mauro Araújo, informou que a instituição firmou diálogo com a Prefeitura de Salvador para fortalecer a proposta. A aproximação se deu por meio da Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esporte e Lazer (Sempre), por meio da Diretoria da Pessoa com Deficiência. A diretora Daiane Pina, que também coordena o projeto Florescer, Cuidar de Quem Cuida na esfera municipal, reconhece que há alinhamento entre as duas iniciativas, ambas voltadas ao cuidado e à saúde mental das mães.
Segundo Daiane, o objetivo comum é ampliar o acolhimento por meio de abordagens coletivas e qualificadas. A divulgação do grupo terapêutico junto a associações de mães vinculadas à Prefeitura tem contribuído para a adesão ao projeto da Unime.
As inscrições continuam abertas e o grupo permanece em funcionamento, buscando ampliar parcerias e fortalecer sua rede de apoio.