Entre 2019 e 2024, o Sistema Único de Saúde (SUS) realizou quase 10 milhões de exames específicos para diagnóstico de glaucoma, com aumento de 63% no número anual, passando de 1.377.397 em 2019 para 2.251.284 em 2024. Apesar da expansão, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) alerta para desigualdades regionais no acesso aos exames, informa Agência Brasil.
Dados do CBO indicam que o Sudeste registrou o maior crescimento, com alta de 116%, enquanto o Nordeste teve o menor aumento, de 24%. Em termos absolutos, São Paulo lidera com 2.689.770 exames acumulados, seguido por Rio Grande do Sul e Pernambuco. Estados como Amapá, Acre e Rondônia apresentaram volumes significativamente menores.
Segundo o CBO, essas diferenças refletem desigualdades na infraestrutura e acesso aos serviços de saúde, além de possíveis subnotificações em algumas regiões. O Rio de Janeiro destacou-se com aumento de 160% nos exames, São Paulo com 124% e o Distrito Federal com 119%. Por outro lado, quatro estados do Nordeste apresentaram redução na realização de exames.
Especialistas ressaltam que o acesso limitado a consultas oftalmológicas pode atrasar o diagnóstico do glaucoma, prejudicando a qualidade de vida do paciente e aumentando custos para o sistema de saúde. O CBO destaca que pacientes com suspeita ou diagnóstico de glaucoma têm direito a tratamento gratuito pelo SUS, incluindo medicamentos e procedimentos cirúrgicos.
Para ampliar a conscientização, o CBO e a Sociedade Brasileira de Glaucoma promovem durante maio uma campanha de informação e mobilização, com atividades online e no Congresso Nacional. O glaucoma é uma doença que pode causar perda gradual da visão, geralmente sem sintomas iniciais, e o diagnóstico precoce é essencial para evitar danos irreversíveis.
