sexta-feira | 11.07 | 3:53 AM

SUS passa a oferecer dois novos tratamentos hormonais para mulheres com endometriose

DIU com levonorgestrel e desogestrel são incorporados ao sistema público após aprovação da Conitec, Ministério da Saúde destaca benefícios e aumento na assistência

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Duas novas opções de tratamento hormonal para mulheres com endometriose passaram a ser disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS): o dispositivo intrauterino com liberação de levonorgestrel (DIU-LNG) e o desogestrel. Ambos os medicamentos foram recentemente incluídos na rede pública de saúde após receberem parecer favorável da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec).

De acordo com comunicado do Ministério da Saúde, o DIU-LNG atua inibindo o crescimento do tecido endometrial fora da cavidade uterina, sendo uma alternativa especialmente indicada para mulheres que não podem utilizar contraceptivos orais combinados. O ministério ressaltou que o dispositivo tem potencial para melhorar a qualidade de vida das pacientes, já que sua substituição é necessária apenas a cada cinco anos, o que pode contribuir para maior adesão ao tratamento.

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Já o desogestrel, conforme informado pela pasta, é um anticoncepcional hormonal que bloqueia a atividade hormonal e impede o desenvolvimento do endométrio fora do útero. Ele pode ser prescrito como primeira opção terapêutica, ainda na avaliação clínica inicial, mesmo antes da confirmação diagnóstica por meio de exames.

A pasta também frisou que, para que essas tecnologias estejam disponíveis no SUS, é preciso seguir todas as etapas exigidas, como a atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para a endometriose.

A endometriose é uma condição ginecológica inflamatória crônica, caracterizada pelo crescimento de tecido semelhante ao endométrio, que normalmente reveste o interior do útero, fora da cavidade uterina, podendo atingir órgãos como ovários, intestino e bexiga.

Entre os sintomas mais comuns da doença estão cólicas menstruais intensas, dor pélvica persistente, dor durante relações sexuais, infertilidade e alterações intestinais ou urinárias com padrão cíclico, informa Agência Brasil.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 10% das mulheres e meninas em idade fértil no mundo convivem com a endometriose, totalizando mais de 190 milhões de pessoas afetadas.

No Brasil, informações do Ministério da Saúde apontam um crescimento de 30% nos atendimentos relacionados ao diagnóstico da endometriose na atenção primária, passando de 115,1 mil em 2022 para 144,9 mil em 2024. No acumulado de 2023 e 2024, foram registrados mais de 260 mil atendimentos.

Na atenção especializada, também houve aumento significativo: os atendimentos saltaram de 31.729 em 2022 para 53.793 em 2024, representando um crescimento de 70%. No total, foram 85,5 mil atendimentos nos dois anos.

Além disso, o número de internações por endometriose cresceu 32% no mesmo período, subindo de 14.795 em 2022 para 19.554 em 2024. Entre 2023 e 2024, foram contabilizadas 34,3 mil internações.

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