quinta-feira | 03.07 | 2:25 AM

Celebração da Independência atrai multidão às ruas de Salvador com homenagens e tradições populares

Com tema “Eu Sou o 2 de Julho”, evento exalta símbolos históricos e a resistência baiana de 1823

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Milhares de pessoas ocuparam as ruas de Salvador nesta quarta-feira (2) para acompanhar mais uma edição do tradicional cortejo cívico em comemoração à Independência do Brasil na Bahia. Realizado pela Prefeitura de Salvador por meio da Fundação Gregório de Mattos (FGM), o evento deste ano tem como tema “Eu Sou o 2 de Julho” e destaca elementos históricos, expressões populares e homenagens à resistência baiana em 1823. O trajeto do desfile se estende do Largo da Lapinha até o Campo Grande, passando por locais simbólicos e atraindo moradores, turistas e visitantes de várias partes do estado, informa Alô Alô Bahia.

As atividades começaram ainda na madrugada, às 6h, com a alvorada e a tradicional queima de fogos na Lapinha. Já às 8h, autoridades participaram do hasteamento das bandeiras, acompanhado da execução do Hino Nacional pela Banda de Música da Marinha. O desfile cívico teve início às 9h, com a participação dos Caboclos de Itaparica, fanfarras, filarmônicas e diversos grupos populares.

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O diretor de Artes e Fomento Cultural da FGM e coordenador do evento, George Vladimir, destacou os principais momentos da celebração. “Sem dúvida nenhuma, o ponto alto do desfile é, primeiramente, o hasteamento das bandeiras na porta do Memorial 2 de Julho (Pavilhão). Em seguida, há a homenagem a Maria Quitéria, na Praça da Soledade, com os carros do Caboclo e da Cabocla, quando todas as instituições depositam flores. Depois ocorre a chegada no Carmo e a homenagem na Igreja do Rosário dos Pretos, ainda na parte da manhã”, explicou.

Um dos destaques deste ano foi a retomada de uma tradição: o retorno dos Encourados de Pedrão após quase duas décadas. “À tarde, sem dúvida, a grande novidade é a volta dos Encourados de Pedrão. Eles retornam ao desfile a pé, ainda não conseguimos viabilizar a montaria, por conta dos cuidados com os animais. Mas a presença deles é, sem dúvida, um dos pontos altos deste ano”, afirmou Vladimir.

O cortejo também contou com a presença marcante do Batalhão Quebra-Ferro, formado majoritariamente por servidores da Secretaria de Manutenção da Cidade (Seman), responsáveis por conduzir os carros do Caboclo e da Cabocla. A participação do grupo é tradicionalmente aguardada pelo público por seu simbolismo ligado à fé, memória e pertencimento.

Pedro Raimundo das Virgens Hamburgo, conhecido como Tuchê, de 65 anos, integra o Batalhão há 43 anos. “Sou um dos mais antigos no Batalhão, e a importância de estar aqui é muito grande, porque essa festa representa o povo brasileiro e simboliza a luta dos nossos antepassados”, declarou. “A preparação até hoje é um pouco trabalhosa, porque nós começamos com a armação dos carros até chegar a esse momento. E, quando chega no Campo Grande, no fim do desfile, vem aquela sensação de dever cumprido. Me sinto como os antepassados, que terminaram a batalha vitoriosos”, completou.

Outro personagem marcante da celebração é Hildo Peixoto, caboclo-mestre da tribo Guaranis de Itaparica, que há mais de 60 anos representa os povos originários na festa. “A sensação é muito boa por estarmos aqui hoje. Graças a Deus, com essa multidão, melhor ainda. Me sinto com muito entusiasmo representando os povos originários nessa celebração. Sinto muita alegria. Fico muito feliz quando estou aqui fazendo essa apresentação com o grupo Os Guaranis de Itaparica, como caboclo-mestre. Para mim, é uma satisfação”, disse Peixoto.

Durante o evento, as fachadas das ruas por onde passa o cortejo ganham cores, símbolos e mensagens em homenagem ao 2 de Julho. Um concurso de fachadas decoradas, entre a Lapinha e o Terreiro de Jesus, valoriza o envolvimento dos moradores com a data histórica.

Gilberto dos Santos, comerciante de 66 anos, participa dessa tradição todos os anos. “Para mim, decorar a minha residência em homenagem ao 2 de Julho é poder mostrar para as pessoas o verdadeiro significado de independência, de liberdade, de mostrar alegria porque a parte triste ficou lá atrás, e a parte alegre é quando você conquista. Todo ano decoro a fachada de casa. É um trabalho de equipe. Aqui não existe uma pessoa só; existe uma equipe toda envolvida. São amigos, familiares, clientes, cada um, de uma forma ou de outra, sempre participou e continua participando até hoje”, relatou.

A celebração continua ao longo do dia. Às 13h30, o cortejo se reúne novamente para novas apresentações. Às 15h, ocorre a cerimônia cívica no 2º Distrito Naval, seguida, às 16h, da chegada dos carros dos caboclos ao Campo Grande. No local, há o hasteamento de bandeiras, o acendimento da pira do Fogo Simbólico e a execução do Hino ao 2 de Julho. O encerramento está previsto com o Encontro de Filarmônicas, das 17h30 às 21h30, sob regência do maestro Fred Dantas.

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