Em 17 de março de 1945, nascia em Porto Alegre (RS) Elis Regina Carvalho Costa. Em 2025, a cantora gaúcha — que faleceu aos 36 anos, em 19 de janeiro de 1982 — completaria 80 anos. Para celebrar sua trajetória e importância na música brasileira, o coreógrafo, diretor e pesquisador paulista Diego Pizarro, de 42 anos, apresenta o espetáculo de dança Corpos Estelares e Falsos Brilhantes, uma proposta sensorial e poética baseada na voz e no legado musical de Elis.
Com estreia nacional nesta sexta-feira (13), às 20h, no Teatro do Goethe-Institut Salvador (antigo Icba), a apresentação tem entrada franca. Haverá uma segunda sessão no sábado (14), mas os ingressos já estão esgotados.
O espetáculo foge da estrutura tradicional de uma biografia e nasce a partir da pesquisa de pós-doutorado de Pizarro sobre práticas somáticas vocais. Ele desenvolveu a chamada “anatomia corpoética”, um método em que os movimentos corporais surgem como reações sensíveis e espontâneas ao som e às sensações provocadas pela voz.
A proposta do espetáculo é transformar a arte de Elis em movimento. “O objetivo é dançar as reações que sua voz e música provocam no corpo. Sou um grande admirador do trabalho dela, que marcou a história da música brasileira e continua influenciando novas gerações”, afirma Diego.
A trilha sonora, criada pelo músico português João Lucas, é composta por faixas inéditas que isolam apenas a voz original de Elis, destacando-a em novas composições. Clássicos como Arrastão, Madalena, Como Nossos Pais, O Bêbado e o Equilibrista, Dois pra Lá, Dois pra Cá, Maria, Maria e Fascinação fazem parte da base musical do espetáculo.
O bailarino Guilherme Victor destaca que a proposta não é contar uma biografia, mas sim prestar uma homenagem à obra e à presença de Elis como figura sensível, política e histórica. “Cada intérprete em cena traz suas próprias histórias e vínculos com a música dela. Por isso, além de homenagem, é também uma investigação sobre memória, identidade e o corpo como espaço de pensamento.”
