A força e a presença da mulher negra na arte brasileira ganham destaque na exposição Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira, em cartaz até o dia 31 de agosto no Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), em Salvador. A mostra reúne trabalhos de 69 artistas de diferentes regiões do país, com protagonismo de 32 mulheres que traduzem, por meio de imagens, gestos e memórias, narrativas de resistência e ancestralidade.
Com curadoria de Deri Andrade, a exposição é fruto do Projeto Afro, uma plataforma de mapeamento e valorização da produção artística afro-brasileira. “Essa exposição é uma tentativa de reescrever a história da arte no Brasil, incluindo vozes que foram sistematicamente apagadas. No mês de julho, isso se intensifica com a potência das mulheres negras presentes em cada núcleo da mostra”, afirma o curador.
Promovida pelo Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), a mostra ocupa dois andares do Muncab em um percurso não linear, organizado em cinco eixos curatoriais: Tornar-se, Linguagens, Cosmovisão, Orum e Cotidianos. Em meio a esses caminhos, desponta a obra da artista, educadora e pesquisadora Massuelen Cristina, de Sabará (MG), que utiliza fotografias de família para refletir sobre a presença de mulheres negras em espaços de legitimidade artística. “As imagens que uso são mais do que arquivo: são presença viva de afetos, gestos e modos de ver e estar no mundo”, explica.
Além de Massuelen, integram o grupo de mulheres artistas nomes como Maria Auxiliadora, Gê Viana, Panmela Castro, Rafa Bqueer, Lia Letícia, Priscila Rezende, Lita Cerqueira, Milena Ferreira, Renata Felinto, Castiel Vitorino Brasileiro, Elidayana Alexandre, Nay Jinknss e Ros4 Luz.