sexta-feira | 01.08 | 7:15 AM

O poeta do samba baiano: centenário de Batatinha é celebrado com shows e homenagens

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Com batuques improvisados em caixas de fósforo e letras que retratavam com lirismo o cotidiano da Bahia, Oscar da Penha, o Batatinha, se consagrou como um dos grandes nomes do samba no estado. Em 2024, o sambista completaria 100 anos, e, para celebrar o legado do artista, o projeto Batatinha – 100 Anos de Samba e Poesia leva sua obra a cinco cidades baianas ao longo do mês de agosto.

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Idealizado por Dody Só e realizado com apoio da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), o tributo percorre Salvador (1º), Camaçari (8), Feira de Santana (15), Santo Amaro (22) e encerra em Cachoeira (29). Cada evento conta com uma palestra de Artur da Penha, filho de Batatinha, que compartilha histórias e memórias afetivas do pai, seguida por apresentações musicais com artistas convidados que dialogam diretamente com a obra do homenageado.

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“Em Salvador, temos Juliana Ribeiro, que além de cantora é pesquisadora do samba. Em Camaçari, Nelson Rufino representa com maestria a tradição do samba baiano”, destaca Gabriela Sanddyego, diretora de artes da Funceb. “Feira de Santana recebe Zé Araújo, em Santo Amaro teremos Jota Velloso e, em Cachoeira, Claudya Costa, nomes que também mantêm vivo esse legado.”

Embora o centenário de Batatinha tenha sido celebrado oficialmente em 2024, questões logísticas impediram a realização do projeto no ano passado. “A vida às vezes não nos dá tudo no tempo que queremos, mas agora conseguimos realizar esse desejo”, afirma Dody Só. “Mesmo com 101 anos, o legado dele segue sendo centenário, no sentido simbólico e cultural. O samba da Bahia precisa ser valorizado.”

Nascido no Pelourinho em 5 de agosto de 1924, Batatinha ficou conhecido como um cronista lírico da realidade baiana. Suas composições, marcadas por melodias melancólicas e letras que retratam com sensibilidade as ruas e personagens da cidade, permanecem atuais. Para Artur da Penha, esse é justamente o motivo pelo qual o projeto se faz necessário: garantir que o valor histórico e artístico de Batatinha seja transmitido às novas gerações.

“Acreditamos que tudo o que é bom de verdade permanece. Batatinha não está mais fisicamente entre nós, mas sua poesia segue viva e pulsante no coração do samba”, conclui.

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