quarta-feira | 16.07 | 11:55 PM

Prefeitura de Salvador firma parceria com IGHB para garantir manutenção de acervo histórico e cultural

Repasse inicial de R$400 mil busca preservar entidade centenária diante da suspensão de apoio estadual

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A Prefeitura de Salvador firmou, nesta terça-feira (1º), uma parceria com o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), localizado na Praça da Piedade, para o repasse de recursos municipais. O investimento inicial será de R$400 mil e tem como objetivo custear as atividades e a manutenção dessa que é uma das mais antigas e relevantes instituições culturais da Bahia.

A assinatura do contrato foi realizada na sede do IGHB, com a presença do prefeito Bruno Reis, da vice-prefeita e secretária de Cultura e Turismo (Secult), Ana Paula Matos, e do presidente do Instituto, Joaci Góes, informa Alô Alô Bahia.

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Segundo o prefeito, a medida foi necessária diante da suspensão do apoio financeiro anteriormente garantido por lei estadual. “O IGHB estava na iminência de fechar as suas portas, pela suspensão dos repasses destinados em lei para manutenção do instituto pelo estado. A Prefeitura assume mais esta responsabilidade de atribuição, para garantir a preservação da nossa história. Aqui, nesta instituição, estão arquivos e registros históricos, seja através de jornais, de livros, de imagens, quadros, monumentos, da história da nossa Independência da Bahia. Na véspera do 2 de Julho, não poderia haver um momento mais adequado e propício para assinarmos essa ordem para repasse dos recursos”, declarou Bruno Reis.

Fundado em 13 de maio de 1894, o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia é uma organização da sociedade civil de interesse público (Oscip), sem fins lucrativos, conforme previsto na Lei Federal nº 9.790. A entidade tem como missão promover estudos e difundir conhecimentos nas áreas de Geografia, História e ciências correlatas, além de atuar na conservação do patrimônio histórico e artístico da Bahia e do Brasil.

O IGHB abriga a maior coleção de jornais e o maior acervo cartográfico do estado. Suas instalações incluem a Biblioteca Ruy Barbosa e o Arquivo Histórico Theodoro Sampaio, que disponibilizam milhares de títulos e imagens ao público. A instituição também edita livros, periódicos e promove eventos como encontros e congressos dedicados à história e à geografia da Bahia.

Além disso, o instituto é responsável pela guarda do Pavilhão 2 de Julho, no Largo da Lapinha, onde estão abrigadas as figuras simbólicas do Caboclo e da Cabocla, principais representações da luta pela Independência da Bahia.

O presidente do IGHB, Joaci Góes, reforçou a importância da instituição e criticou o corte do repasse estadual. “O IGHB é considerado a mais importante instituição cultural da Bahia e do Nordeste, a partir da data da sua fundação em 1894 até 1946, quando finalmente foi criada a Universidade Federal da Bahia. E essa instituição viveu sempre uma história de protagonismo. A tal ponto que, em 1994, o projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa transformou a obrigação do Estado da Bahia de financiar o custeio anual da operação dessa instituição para limpeza, pagamento dos salários, pagamento de água e luz. Pela primeira vez, há um ano e meio, essa posição foi negada pela Secretaria de Cultura estadual”, afirmou, destacando ainda que a questão está sendo discutida judicialmente.

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