
Uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina (TCE-SC) identificou 858 estudantes com patrimônio igual ou superior a R$ 1 milhão inscritos no programa Universidade Gratuita, voltado a pessoas em situação de vulnerabilidade econômica. De acordo com o órgão, o potencial prejuízo aos cofres do estado pode chegar a R$ 324 milhões, informa o portal UOL.
As irregularidades também envolvem o Fundo de Apoio à Manutenção e ao Desenvolvimento da Educação Superior Catarinense (Fumdesc), responsável por gerir parte dos recursos destinados às bolsas. O levantamento inclui dados do segundo semestre de 2023 e do ano de 2024.
Entre os beneficiários identificados com alto poder aquisitivo, 12 estudantes possuem patrimônio superior a R$ 10 milhões. Em relatório, o TCE-SC destacou que o programa conta com grupos familiares detentores de bens expressivos, mesmo sendo voltado a estudantes em situação econômica frágil. O órgão aponta que muitos dos alunos teriam omitido informações sobre o patrimônio familiar.
A apuração revelou casos de bolsistas que frequentavam o ensino superior gratuitamente, mas que possuíam carros de luxo (como Land Rover), barcos, galpões industriais, salas comerciais, apartamentos e residências de alto padrão. Além disso, alguns estavam listados como sócios de empresas com capital milionário.
A investigação ainda indica a possível atuação de consultorias especializadas que auxiliam os candidatos a fraudarem os critérios do programa. Segundo o UOL, essas empresas estariam orientando estudantes a omitir dados patrimoniais nos formulários, enquanto funcionários das instituições de ensino fariam vista grossa durante o processo de inscrição.