Ramon Dino está na reta final de preparação para o Mr. Olympia 2025. Principal nome do fisiculturismo brasileiro na atualidade, ele adotou uma estratégia diferente nesta temporada e afirma estar mais maduro para buscar o inédito título na Classic Physique — agora sem a presença de Chris Bumstead, o CBum, que se aposentou após dominar a categoria nos últimos anos.
— Hoje, sem o CBum, fica um pouco mais fácil de ver que eu posso ser campeão, porque já estive à frente das pessoas que vou competir. Infelizmente, no ano passado, aconteceram algumas coisas que me fizeram descer posições, mas sabemos do nosso potencial e que eu consigo ficar à frente deles — disse Ramon Dino em entrevista exclusiva para o ge.
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Ramon Dino, atleta de fisiculturismo, sentado durante entrevista — Foto: Wesley Felix
Faltando 12 semanas para o Mr. Olympia – programado para acontecer entre os dias 9 e 13 de outubro —, Ramon Dino está entrando na fase de pré-contest da preparação. Ele passou por um off-season limpo, com ganho de volume nos pontos necessários, e atualmente está com 117kg — precisará chegar a 103kg na competição.
Sem CBum, dono de seis títulos consecutivos, Dino naturalmente se torna uma dos postulantes ao título da Classic Physique, ao lado de nomes como Mike Sommerfeld, Urs Kalecinski, Wesley Vissers e Terrence Ruffin. Apesar de acreditar que “ele mesmo” é o seu principal adversário, o brasileiro não acredita que é o único favorito da categoria.
— Se eu errar, sou eu que perco, né? Sou eu e eu mesmo ali — falou o fisiculturista acreano. — Mas acho que todo mundo ali é o favorito. Todos têm a chance de ser campeão, então o ponto vai para todo mundo que está ali no top-5 — completou.
Estratégia diferente com Fabrício Pacholok
Vice-campeão do Mr. Olympia em 2023, Dino terminou em quarto lugar na edição de 2024. O fisiculturista de 30 anos recebeu muitas críticas pelo resultado, pois havia uma expectativa dos fãs de que ele pudesse bater de frente com CBum.
Diante do cenário negativo, Ramon agiu rápido e mudou sua comissão técnica para 2025. Ele deixou de receber as instruções de Filipe Pereira, o “Faixa Preta”, e passou a ser comandado por Fabrício Pacholok, treinador que é referência mundial no fisiculturismo.
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Ramon Dino, o treinador Fabrício Pacholok (direita) e o coach de poses André Pierin (esquerda) — Foto: Reprodução/YouTube
Dino já havia trabalhado com Pacholok em momentos pontuais no início da carreira, mas agora celebra a parceria em uma nova fase. Para o atleta, é motivo de honra contar com o treinador ao seu lado, e a parceria entre os dois está ainda mais fortalecida.
— Eu me sinto abençoado. Ele é meu vizinho, moramos no mesmo prédio, e já tocamos ideia há muito tempo. Ele já foi meu coach antes, então o trabalho dele sempre me elevou bastante. Eu sempre consegui ter uma evolução bem notável com ele. Juntos, vamos conseguir muita coisa — comentou o atleta.
Com a nova comissão técnica, Dino fez uma preparação mais longa para o Mr. Olympia 2025. Diferente das últimas temporadas, ele optou por não subir no palco para competir na temporada — fez apenas um guest posing no Pittsburgh Pro, em maio — e está se preservando para o evento mundial em Las Vegas.
— Na primeira vez [com o Pacholok], tudo ainda era novo. Era o primeiro Olympia, eu tinha uma cabeça diferente do que eu tenho agora. Eu me sinto mais maduro, mais pronto, e a gente consegue ver isso no trabalho que a gente anda fazendo aqui. Temos evolução em tudo — falou Dino.
Amadurecimento para as críticas
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Ramon Dino em academia onde treina em São Caetano do Sul — Foto: Wesley Felix
Por ser o principal fisiculturista brasileiro da atualidade, Ramon Dino carrega uma legião de fãs e, com ela, a pressão por grandes resultados. Para lidar melhor com as expectativas e se blindar de críticas não construtivas, o atleta tem investido em um trabalho psicológico ao longo da preparação.
— Você tem que aprender que nem tudo está no seu controle, e tudo que tiver no seu controle você tem que fazer 100%. As críticas são pontos que as pessoas querem que eu melhore, mas algumas coisas não tem nada a ver com o que eu faço. Então, é preciso dar uma peneirada do que é bom ou não — comentou o atleta.
Como parte desse processo de autoconhecimento e fortalecimento mental, Ramon também tem recorrido às redes sociais para compartilhar frases reflexivas. Escrever e dividir essas mensagens se tornou uma maneira de organizar os pensamentos e, ao mesmo tempo, se conectar com o público.
— De vez em quando, a cabeça fica cheia de pensamentos e eu tenho esse costume de escrever algumas coisas. Geralmente eu publico, às vezes eu guardo. E isso também é legal para as pessoas verem que a gente tem algum tipo de pensamento e talvez elas até se identifiquem — explicou.
Integração com Derek Lunsford
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Derek Lunsford (esq.), Fabrício Pacholok (centro) e Ramon Dino (dir.) — Foto: Reprodução/Instagram
Além de Dino, Pacholok treina outros renomados atletas que também estão em preparação para o Mr. Olympia. Um desses nomes é o norte-americano Derek Lunsford, duas vezes campeão da principal competição de fisiculturismo do mundo (uma vez na categoria 212 e outra na Open).
Com a proximidade proporcionada pelo treinador, o brasileiro tem realizado períodos de imersão com Lunsford. Ele já viajou algumas vezes para os Estados Unidos e, na última semana, o inverso ocorreu: o estadunidense veio para o Brasil, realizou uma semana de treinos integrada em São Paulo e participou como convidado do Musclecontest Brazil, em Curitiba.
— Me motivo e me inspiro no que ele fez. O Derek é um dos campeões da categoria, é um cara que trabalha muito firme e muito focado no esporte, então eu me inspiro bastante nele. Ele é um cara muito família e muito religioso. Me identifico muito com o Derek — elogiou Dino.
Fonte: Ge
Foto: Reprodução/Instagram