Pedro Bial esteve próximo de encerrar sua trajetória de mais de quatro décadas na TV Globo. Segundo o portal TV Pop, o apresentador foi avisado informalmente há alguns meses por Amauri Soares, diretor-geral da emissora, de que seu contrato não seria renovado ao fim de 2024. O motivo seria o alto custo de manutenção do jornalista frente ao baixo retorno comercial de seus programas.
Mesmo após uma redução salarial de R$ 1,2 milhão para R$ 600 mil mensais, Bial seguia como um dos nomes mais caros do elenco fixo. Produções como Conversa com Bial, Linha Direta e o núcleo de documentários do Globoplay não conseguiram justificar os gastos com o apresentador. Internamente, os projetos eram considerados financeiramente inviáveis.
O Linha Direta, apesar de ter sido bem recebido pelo público, foi descontinuado por decisão de Amauri Soares, que nunca teria se identificado com o formato. O núcleo de documentários perdeu força após a saída de Erick Brêtas e os cortes promovidos por Manuel Belmar, atual executivo de peso na emissora. Desde então, o salário de Bial passou a depender exclusivamente do Conversa com Bial, considerado deficitário e com desempenho abaixo do esperado em audiência, chegando a ficar atrás de programas concorrentes em algumas regiões.
Documentário virou carta na manga
Com a possibilidade de demissão no radar, Bial apostou alto na produção da série documental O Século do Globo, vista como uma homenagem à família Marinho, fundadora do grupo. O tom elogioso do projeto chamou atenção de críticos e executivos, sendo interpretado como uma tentativa direta de agradar à cúpula da empresa.
“O Bial é mais puxa-saco do Roberto Marinho do que os próprios filhos do empresário”, ironizou o colunista Maurício Stycer, da Folha de S.Paulo, nas redes sociais.
Apesar das críticas, a estratégia surtiu efeito. A produção aproximou o jornalista da alta direção da Globo e mudou o cenário em relação à sua permanência. Nos bastidores, a renovação do contrato — antes dada como descartada — já é considerada certa. A única indefinição no momento é o valor do novo salário, que dificilmente permanecerá no patamar atual de R$ 600 mil mensais.
