Um peixe considerado invasor, ou seja, que não é nativo da região, com espinhos venenosos foi localizado na Península de Maraú, ponto turístico situado no baixo sul da Bahia. Trata-se do peixe-leão, também conhecido por possuir veneno em suas nadadeiras, o que pode provocar dores intensas em seres humanos, informa Alô Alô Bahia.
De acordo com a bióloga Stella Furlan, da Secretaria de Meio Ambiente de Maraú, a presença do animal representa um risco ambiental, já que ele não possui predadores naturais no local. Isso pode comprometer o desenvolvimento de outras espécies de peixes e crustáceos, além de afetar a cadeia pesqueira, provocando desequilíbrios no ecossistema marinho.
“Eles liberam cerca de 30 mil ovos, que se desenvolvem em 26 dias. Alimentam-se de peixes e, em média, consomem 30 deles a cada 20 minutos”, explicou a bióloga em entrevista à TV Santa Cruz.
Stella também alertou para os riscos à saúde humana em caso de contato com o peixe. O veneno pode provocar dor intensa e até convulsões. A recomendação é que, caso alguém encontre o animal, a captura seja feita com precaução, evitando os espinhos, e o registro do fato seja encaminhado ao Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema). O exemplar localizado no sul da Bahia já foi capturado.
A identificação do peixe-leão é facilitada pelas listras verticais em tons marrom-avermelhado e branco, além das nadadeiras peitorais e dorsais longas, afiadas e abertas como leques.
Além do peixe-leão, outras espécies invasoras também foram encontradas no litoral baiano. Na última quarta-feira (17), uma operação ambiental resultou na retirada de mais de cinco toneladas de corais invasores das águas da Baía de Todos-os-Santos. A ação teve como foco áreas críticas da costa da Ilha de Itaparica, como a Ponte da Marinha, a Marina e a localidade de Pandelis, em uma iniciativa conjunta entre o Inema e o Instituto Promar.
A atividade foi liderada pela Prefeitura de Itaparica, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (Sedur), com o objetivo de minimizar os impactos causados pelo octocoral Chromonephthea braziliensis. No total, foram removidos 5.549,57 quilos de organismos invasores: 2.939,42 kg na primeira etapa, na Ponte da Marinha, e mais 2.610,15 kg na segunda, que envolveu também a Marina e Pandelis.
A presença do Chromonephthea braziliensis, que se espalha rapidamente, representa uma ameaça significativa à preservação dos ecossistemas marinhos, pois afeta a fauna e flora nativas e interfere diretamente na cadeia alimentar.
“Esse trabalho é resultado de uma união de forças e demonstra que, com parcerias sérias e planejamento técnico, é possível enfrentar ameaças ambientais com responsabilidade”, afirmou Luís André Reis Rocha, secretário de Meio Ambiente de Itaparica.