terça-feira | 06.05 | 9:58 AM

Globo desafia o Ibope e quer mudar como se mede a audiência da TV brasileira

Segundo a Globo, o sistema atual está ultrapassado e não reflete as transformações no modo como os brasileiros consomem conteúdo.

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Sabe aquele famoso “ponto de audiência” que sempre estampou manchetes sobre novelas e realities? A Globo quer aposentá-lo — e substituí-lo por números mais concretos.

Pela primeira vez, a emissora fez críticas públicas ao modelo de medição utilizado pela Kantar Ibope, empresa que detém o monopólio da audiência televisiva no Brasil. Segundo a Globo, o sistema atual está ultrapassado e não reflete as transformações no modo como os brasileiros consomem conteúdo.

Como funciona hoje?
O Ibope mede a audiência com base em dados de 6.310 domicílios distribuídos em 15 regiões metropolitanas. A partir desse recorte, são feitas projeções que representam cerca de 69 milhões de pessoas — o equivalente a um terço da população brasileira.

O problema, segundo a Globo:
Esse modelo não capta o consumo fora de casa nem o público que acompanha os conteúdos da TV aberta por streaming, YouTube, redes sociais e outras plataformas digitais.

Amauri Soares, diretor-executivo da emissora, afirma que a novela das 21h, por exemplo, atinge até 30 milhões de espectadores por noite — mas essa audiência não aparece nos números oficiais do Ibope. Para ele, “a medição é insuficiente e precisa evoluir”.

Contexto delicado
A discussão acontece em meio a um momento de queda nos números da Globo. Em dezembro de 2023, a emissora registrou sua pior média mensal de audiência na Grande São Paulo: 9,9 pontos.

Agora, o mercado começa a se perguntar com mais força: quantas pessoas realmente estão vendo televisão hoje? E mais importante: como medir isso com precisão?