O alistamento militar voluntário feminino, que ocorre pela primeira vez de forma ampliada no Brasil, está movimentando unidades da prefeitura-bairro em Salvador. A capital baiana já contabiliza 154 mulheres alistadas até a última sexta-feira (16), número expressivo que demonstra o interesse crescente das jovens em integrar as Forças Armadas, relata Metrópole. A iniciativa é voltada para mulheres que completam ou já completaram 18 anos em 2025, e o prazo para se alistar vai até o dia 17 de junho.
Na capital, o atendimento é realizado de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, nas unidades da prefeitura-bairro, sem necessidade de agendamento. O processo ocorre por ordem de chegada, com distribuição de senhas. Para se alistar, é necessário apresentar RG, CPF e comprovante de residência em Salvador.
Entre os pontos de atendimento, destacam-se as unidades da Liberdade (54 alistamentos), Barra-Pituba (32) e Pau da Lima (17) como os locais com maior procura. A expectativa da Prefeitura é de que o número aumente significativamente até o fim do prazo.
As candidatas têm a opção de escolher entre o Exército, a Marinha ou a Aeronáutica, mas a definição final levará em conta critérios como aptidão física e psicológica, número de vagas disponíveis e os requisitos específicos de cada Força. Após o alistamento, o processo seletivo segue para as fases de seleção geral, seleção complementar, designação e, por fim, incorporação, prevista para ocorrer em 2026.
Aquelas que forem incorporadas ingressam com o posto de soldado ou marinheiro-recruta e iniciam o serviço militar com duração de 12 meses, podendo ser prorrogado por até oito anos, conforme avaliação das Forças Armadas. Após esse período, as voluntárias podem seguir para a reserva não remunerada, como ocorre com o serviço masculino.
Durante o período de atuação, as militares têm acesso a uma série de benefícios, como remuneração mensal, auxílio-alimentação, licença-maternidade, além da contagem de tempo para aposentadoria. As Forças Armadas também oferecem capacitação profissional em diversas áreas, o que amplia as possibilidades de crescimento dentro e fora da carreira militar.
A iniciativa, que está sendo realizada em 28 municípios brasileiros, é parte de uma estratégia nacional para incluir mais mulheres nas Forças Armadas. Hoje, elas representam cerca de 10% do efetivo militar, atuando principalmente nas áreas de saúde, ensino e logística, embora também possam seguir a carreira combatente por meio de concursos específicos.
O alistamento voluntário representa não apenas uma oportunidade de ingresso em uma carreira pública, mas também um passo importante para a valorização da presença feminina nas estruturas de defesa nacional, com acesso à estabilidade, formação e protagonismo.