A greve dos professores da rede municipal de Salvador completou 60 dias neste domingo (6). A paralisação, iniciada em 4 de maio, foi motivada pela denúncia de que a prefeitura da capital baiana não estaria pagando o piso nacional do magistério, atualmente fixado em R$ 4.867,77. A situação afeta cerca de 131 mil alunos matriculados nas 415 escolas e creches da rede municipal.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), o pagamento do piso vem sendo feito pela prefeitura somando salário-base e bonificações, o que, na prática, não atenderia à exigência legal de remuneração mínima.
Ainda em maio, a gestão municipal aprovou um projeto de reajuste salarial para professores e servidores públicos. No entanto, a categoria afirma que o novo valor segue aquém do piso nacional e, por isso, decidiu manter a paralisação.
De acordo com a Secretaria Municipal da Educação (Smed), 138 unidades seguem totalmente paralisadas. Outras 189 funcionam parcialmente, enquanto apenas 79 mantêm as atividades regulares.
Entenda a cronologia do impasse:
• 4 de maio: Professores iniciam greve, cobrando o pagamento do piso nacional.
• Maio (sem data exata): Prefeitura aprova reajuste salarial, mas professores mantêm greve, alegando que piso ainda não é cumprido.
• Junho: Greve ultrapassa 30 dias; Smed informa que parte das escolas está parcialmente funcionando.
• 6 de julho: Paralisação completa 60 dias, com mais de 130 mil estudantes afetados e negociações ainda sem resolução.
A APLB continua exigindo que o piso seja pago exclusivamente como salário-base, sem complementações variáveis. Já a prefeitura sustenta que os reajustes concedidos atendem aos critérios legais. As negociações seguem sem acordo definitivo.