sexta-feira | 01.08 | 11:32 AM

Terremoto de magnitude 8,8 atinge Kamchatka, gera alertas de tsunami e é seguido por erupção vulcânica

Abalo sísmico danifica estruturas na Rússia e provoca evacuações em diversos países, autoridades relatam ondas de até 5 metros e impacto em regiões do Pacífico

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Um terremoto de magnitude 8,8 na escala Richter atingiu a costa da península de Kamchatka, no extremo leste da Rússia, na quarta-feira (30), provocando alertas de tsunami em países localizados a milhares de quilômetros de distância, como Chile e Polinésia Francesa. O sismo, considerado o mais forte na região desde 1952, também foi seguido por uma erupção do vulcão Klyuchevskoy, o mais ativo da península.

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De acordo com autoridades russas, o terremoto teve profundidade rasa e causou danos estruturais e ferimentos em várias pessoas na remota região de Kamchatka. Na cidade de Petropavlovsk-Kamchatsky, com cerca de 165 mil habitantes, moradores relataram momentos de pânico. “Parecia que as paredes poderiam desabar a qualquer momento. O tremor durou continuamente pelo menos três minutos”, disse Yaroslav, de 25 anos.

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O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) informou que o epicentro do terremoto foi localizado a cerca de 119 quilômetros a leste-sudeste de Petropavlovsk-Kamchatsky, a uma profundidade de 19,3 quilômetros.

Impacto regional e evacuações globais

As ondas do tsunami atingiram com mais intensidade a cidade de Severo-Kurilsk, no norte das Ilhas Kuril, ao sul de Kamchatka, onde as autoridades russas relataram ondas superiores a 3 metros, a maior delas chegou a 5 metros, segundo a agência estatal RIA. O prefeito da cidade, Alexander Ovsyannikov, orientou os moradores a verificarem danos em suas residências e a evitarem o uso de fogões a gás até que inspeções fossem concluídas.

As ondas inundaram parcialmente o porto local e uma planta de processamento de peixes, além de arrastarem embarcações. Imagens de drones confirmaram que toda a linha costeira da cidade ficou submersa, com prédios altos e depósitos cercados pela água.

Diante da gravidade do evento, foram emitidas ordens de evacuação para áreas do Japão, Havaí e partes do Pacífico. No Japão, país que ainda carrega as marcas do terremoto e tsunami de 2011, moradores da costa leste foram orientados a se deslocarem para zonas seguras. No Havaí, houve evacuações temporárias e suspensão de voos no aeroporto de Honolulu, que foram retomados ainda na noite de quarta-feira (horário local).

As ondas também chegaram a outras regiões: o Havaí registrou marés de até 1,7 metro, enquanto no Japão o pico registrado foi de 1,3 metro. Ondas menores, próximas a meio metro, foram observadas na Califórnia (EUA) e na província canadense da Colúmbia Britânica.

Na Polinésia Francesa, as autoridades alertaram para ondas de até 2,5 metros e orientaram moradores das Ilhas Marquesas a buscarem terrenos mais altos. As primeiras ondas começaram a atingir as ilhas nas primeiras horas da manhã, informa Agência Brasil.

Erupção vulcânica em meio ao caos

Pouco após o terremoto, o vulcão Klyuchevskoy entrou em erupção, segundo informações do Serviço Geofísico Unido da Academia Russa de Ciências. “Lavas quentes descem a encosta oeste. Observa-se um brilho forte acima do vulcão, além de explosões”, informou o órgão, por meio de comunicado no Telegram.

Resposta das autoridades

O Kremlin, por meio do porta-voz Dmitry Peskov, informou que não houve registro de mortes até o momento. Ele atribuiu a ausência de vítimas fatais à qualidade das construções e ao funcionamento eficaz dos sistemas de alerta precoce.

Apesar da gravidade do episódio, as autoridades da Rússia, Japão e Havaí rebaixaram os alertas de tsunami algumas horas após o tremor inicial. A situação continua a ser monitorada pelas agências de emergência e centros de vigilância sísmica e vulcânica.

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