quinta-feira | 14.08 | 8:02 PM

Inflação sobe para 0,26% em julho puxada pela energia elétrica, mas alimentos aliviam índice

IPCA acumula alta de 5,23% em 12 meses; energia elétrica residencial e passagens aéreas lideram pressões de alta, enquanto alimentos em domicílio registram queda

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A inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), avançou para 0,26% em julho, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (12). O resultado supera o registrado em junho (0,24%), informa Agência Brasil.

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A principal influência no índice foi a energia elétrica residencial, que subiu 3,04% no mês. Esse aumento, impulsionado pela aplicação da bandeira tarifária vermelha patamar 1, adicionou 0,12 ponto percentual (p.p.) ao IPCA. A medida, válida desde junho, cobra R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos, como forma de compensar o uso de usinas termelétricas em períodos de baixa nos reservatórios.

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O grupo habitação, impactado diretamente pela energia, teve alta de 0,91%, com peso de 0,14 p.p. no índice. Reajustes nas contas de luz em capitais como São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Rio de Janeiro também colaboraram para a elevação. De acordo com o gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves, sem o impacto da energia elétrica, o IPCA teria fechado em 0,15%.

Apesar da pressão da energia, o grupo alimentos e bebidas recuou 0,27%, ajudando a conter o avanço do índice. Foi a segunda queda consecutiva, com destaque para a alimentação no domicílio, que caiu 0,69%. Produtos como batata-inglesa (-20,27%), cebola (-13,26%) e arroz (-2,89%) foram os que mais contribuíram.

No acumulado de 12 meses, o IPCA chegou a 5,23%, permanecendo acima do teto da meta do Banco Central (4,5%) desde setembro de 2024. Em abril, havia atingido o pico de 5,53%. No ano, a inflação está em 3,26%, enquanto a energia elétrica já acumula alta de 10,18%, a maior para o período de janeiro a julho desde 2018.

Entre os nove grupos pesquisados, três registraram deflação em julho: além de alimentos e bebidas, vestuário (-0,54%) e comunicação (-0,09%). Por outro lado, houve alta em transportes (0,35%), saúde e cuidados pessoais (0,45%), despesas pessoais (0,76%), artigos de residência (0,09%) e educação (0,02%).

No grupo transportes, o destaque foi a alta de 19,92% nas passagens aéreas, impulsionadas pela demanda do período de férias escolares, tornando-se o segundo maior impacto individual no mês. Em contrapartida, os combustíveis caíram 0,64%, com a gasolina recuando 0,51%, no quarto mês consecutivo de queda.

Outro destaque foi o reajuste nas loterias, que elevou os preços dos jogos de azar em 11,17%, representando o terceiro maior impacto individual no índice de julho.

Fernando Gonçalves destacou que os efeitos do tarifaço anunciado pelo governo dos Estados Unidos, com alíquota de 50% sobre vários produtos brasileiros, ainda não se refletem no IPCA, já que a medida só entrou em vigor no início de agosto. Segundo ele, um possível reflexo inicial seria a queda nos preços domésticos, caso os produtos fiquem no mercado interno.

O IPCA reflete o custo de vida para famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos e é calculado com base em preços coletados em diversas capitais e regiões metropolitanas do país.

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