Salvador foi citada como caso de sucesso no guia internacional “Designing for Safe Speeds”. A publicação reúne 86 exemplos de ruas mais seguras, lentas e centradas nas pessoas em todo o mundo. Publicado pela Global Designing Cities Initiative (GDCI) com apoio da Iniciativa Bloomberg para Segurança Viária Global (BIGRS), o documento destaca a Zona 30 do Bonfim, implementada em 2021 pela Prefeitura de Salvador, como um exemplo de transformação urbana voltada à redução de velocidade e ao resgate do espaço público.
A iniciativa reduziu o limite de velocidade de 50 km/h para 30 km/h. Dessa forma, requalificou 400 m² de espaço e criou uma nova praça equipada com bancos, mobiliário urbano e elementos de lazer. Com essa menção, Salvador se junta a um seleto grupo de cidades globais. Portanto, lugares com ações de mobilidade e segurança viária reconhecidas como referência internacional, ao lado de metrópoles como Nova York, Paris, Bogotá e Milão. O guia, lançado oficialmente no último dia 1º de outubro, sediou evento em Bogotá para a ocasião.
“Esse reconhecimento mostra que Salvador está alinhada com as melhores práticas de mobilidade do mundo. Ao reduzir a velocidade, não apenas salvamos vidas, mas também devolvemos à população um espaço de convivência mais humano e inclusivo. Esse é o caminho que queremos seguir: transformar a cidade para as pessoas, com foco na segurança e na qualidade de vida”, afirma o superintendente da Transalvador, Diego Brito.
Resultados positivos e imediatos
Após a implementação da Zona 30, os impactos positivos foram imediatos. Segundo a Transalvador, o número de pedestres circulando na pista de veículos caiu 89%. Além disso, 91% dos motoristas passaram a respeitar o limite de velocidade de 30 km/h. Além da segurança, a intervenção aumentou a sensação de pertencimento dos moradores e fortaleceu a convivência comunitária.
Para a diretora executiva da GDCI, Skye Duncan, o desenho urbano é determinante para salvar vidas. “A forma como desenhamos nossas ruas desempenha um papel fundamental na velocidade com que os veículos circulam, em quem pode acessar as vias de forma segura, em como as pessoas se deslocam e, em última instância, influencia em quem vive e quem morre. Os desenhos, estratégias e ferramentas apresentados neste guia estabelecem as bases para repensarmos radicalmente nosso enfoque sobre as velocidades seguras, ao mesmo tempo em que apoiam ruas mais habitáveis, agradáveis e sustentáveis em todo o mundo”, aponta.
Foto: Jefferson Peixoto