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Dar mais visibilidade à Esclerose Múltipla ou EM e aos seus impactos na vida das pessoas é o objetivo do Dia Nacional de Conscientização, comemorado em 30 de agosto. O neurologista Marcos Laire Soares, do Centro Médico Boa Saúde do Grupo Vitalmed, esclarece que a EM é uma doença inflamatória do sistema nervoso central, cérebro e medula espinhal. “A doença é autoimune e crônica, acometendo jovens adultos, na maioria mulheres, e provoca a destruição do tecido protetor dos neurônios (mielina), impedindo ou alterando a transmissão das mensagens do cérebro para partes do corpo”, explica.
De acordo com o neurologista, os sintomas são os mesmos encontrados nos casos de AVCs, como paralisias, dormências e perda de sensibilidade em partes do corpo, alterações da visão, da fala, das funções intestinais e urinárias, funções sexuais e até alterações de consciência. O doutor Marcos Soares diz que não há como prevenir a EM, mas ressalta a importância de manter hábitos de vida saudáveis, como exposição a antígenos com estímulo à produção de anticorpos, exposição à radiação solar e controle do nível de vitamina D.
Sobre as causas da EM, “não são totalmente conhecidas, mas estudos indicam fatores genéticos e ambientais. Moradores de locais mais frios, com pouca exposição solar, e pessoas que têm pouco contato com antígenos naturais, são mais propensos a desenvolverem a doença”, comenta o neurologista. A EM é diagnosticada por meio de consultas médicas, exames neurológicos, ressonância magnética do crânio e estudo do Líquor ou líquido cefalorraquidiano (LCR). O volume normal do líquido, em adulto, é de cerca de 150ml e a sua principal função é fornecer barreira mecânica e imunológica, protegendo o Sistema Nervoso Central (SNC).
A Esclerose Múltipla não tem cura, mas tem tratamento por meio de medicações que inibem e modulam o sistema imunológico, e com reabilitação, fisioterapia, tratamento para sequelas e complicações, de acordo com o neurologista. “Daí a importância de identificar a doença mais cedo para iniciar logo o tratamento, aumentando as chances de retardar o seu desenvolvimento a longo prazo e reduzir a frequência de surtos clínicos e lesões neurológicas”, alerta o doutor Marcos Soares.
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