O jornalista Terrence McCoy, correspondente do The Washington Post no Brasil, publicou no último domingo (30) um relato em que descreve sua experiência como paciente do Sistema Único de Saúde (SUS), após sofrer um acidente em Paraty, no Rio de Janeiro. O texto, publicado no jornal norte-americano, destaca a gratuidade e o acesso universal como diferenciais do modelo brasileiro.
McCoy se feriu na cabeça ao tentar fechar o porta-malas do carro enquanto voltava para o Rio de Janeiro com o filho, que apresentava febre. Após o acidente, uma ambulância o levou ao Hospital Hugo Miranda, em Paraty. Lá, ele foi avaliado, recebeu pontos, realizou exames de imagem, foi medicado e liberado — tudo sem a exigência de documentos ou plano de saúde. O filho também foi atendido e diagnosticado com amigdalite após cerca de uma hora de espera.
Na matéria, o jornalista compara sua experiência no SUS com o sistema de saúde dos Estados Unidos, onde o atendimento gratuito é raro. Apesar de reconhecer falhas como filas, greves e problemas de financiamento, McCoy ressalta que o SUS oferece um nível de acesso superior ao sistema norte-americano.
“A saúde é um direito básico no Brasil, garantido pela Constituição. Todos os seus 215 milhões de cidadãos, além de 2 milhões de residentes estrangeiros, têm direito a atendimento gratuito no que se tornou o maior sistema público de saúde do mundo”, escreveu.
Ele também destacou o contraste com o debate político nos Estados Unidos sobre cobertura médica. “Em um momento em que o acesso à saúde continua sendo um dos temas mais divisivos em Washington, minha admissão inesperada em um hospital público brasileiro serviu, de certa forma, como uma lição sobre um sistema fundamentalmente diferente.”