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Vape causa até 6 vezes mais intoxicação por nicotina que cigarro

Os níveis de nicotina detectados em usuários de vapes são de 3 a 6 vezes maiores em relação aos fumantes de cigarros convencionais com filtro, aponta estudo

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Se no início o vape foi apresentado como uma alternativa menos nociva do que o cigarro convencional, já se sabe que o dispositivo eletrônico para fumar pode fazer tão mal quanto ou até mais. Inclusive, um estudo brasiliero acaba de revelar que os níveis de intoxicação por nicotina são de 3 a 6 vezes maiores em relação aos fumantes de cigarro com filtro.

 

A pesquisa que ajuda a desmistificar a relação dos cigarros eletrônicos com a nicotina, substância responsável pela dependência do fumo, foi realizada pelo Instituto do Coração (Incor) e pelo Laboratório de Toxicologia da Rede Premium de Equipamentos Multiusuários da FMUSP, em parceria com a Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.

 

No total, a equipe de cientistas analisou dados de saúde de 200 pessoas que usam rotineiramente os vapes e mediu o nível da nicotina no organismo. Até o momento, o estudo completo não foi publicado em uma revista científica.

 

Nicotina no vape
A análise “indica que a intoxicação por nicotina em quem usa o cigarro eletrônico é tão alta quanto, ou até pior, que nos usuários de cigarro tradicional”, explica a médica Jaqueline Scholz, diretora do Núcleo de Tabagismo do Incor e coordenadora da pesquisa, em nota.

Usuários de vape têm mais nicotina no organismo que fumantes de cigarros convencionais com filtro (Imagem: Seventyfourimages/Envato)
Usuários de vape têm mais nicotina no organismo que fumantes de cigarros convencionais com filtro (Imagem: Seventyfourimages/Envato) Foto: Canaltech

 

Scholz afirma que, embora os riscos à saúde sejam equivalentes entre os dois produtos, os vapes podem potencializar alguns problemas. Pesquisas anteriores demonstraram que os dispositivos eletrônicos para fumar aumentam em 1,79 vez a probabilidade de infarto (ataque cardíaco).

Apesar desses dados, a médica explica que uma grande parcela dos usuários, especialmente os mais jovens, desconhece os riscos e a probabilidade de dependência.

“Parar de usar o produto por conta própria é uma fantasia”, pontua Scholz. “Trata-se de um produto altamente viciante que contém substâncias extremamente tóxicas, que também afetam as pessoas ao redor”, complementa.

Cigarros eletrônicos no Brasil
Oficialmente, a venda de vapes, pods ou qualquer outro dispositivo eletrônico para fumar é proibida no Brasil. A proibição foi reforçada por uma decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgada em abril deste ano.

No entanto, os e-cigs são facilmente encontrados no comércio ou mesmo em lojas virtuais no país. Atualmente, estima-se que 3% da população utilize os cigarros eletrônicos.

Fonte: Terra

Foto: Image-Source/Envato / Canaltech