A Exposição Fragmentos de Memória acontece entre os dias 06 a 30 de novembro no segundo piso do Shopping da Bahia. São 40 imagens criadas através de Inteligência Artificial, utilizando documentos históricos de pessoas escravizadas e libertas. Dessa forma, há passaportes, livros de notas de compra e venda de escravizados, inventários, cartas de alforria e títulos de residência a africanos libertos. A intensa pesquisa foi do Arquivo Público do Estado da Bahia (APEB), instituição gerida pela Fundação Pedro Calmon (FPC/Secult-BA).
Integrado às celebrações do Novembro Negro do Governo do Estado da Bahia e parte do programa Resgate Ancestral, o projeto Fragmentos de Memória eleva a iniciativa de reparação histórica a um novo patamar. A ação segue a referência de ações pioneiras como as do Grupo Direito à Memória e do Arquivo Público do Estado de São Paulo. Portanto, que também usaram a Inteligência Artificial para recriar rostos com dignidade.
Justiça e dignidade
A proposta vai além de dar rostos às descrições documentais frias de pessoas escravizadas e libertas. Dessa forma, ela lhes confere voz, transformando registros burocráticos em emocionantes monólogos poéticos recitados por personalidades negras brasileiras. Essa fusão de história, tecnologia e arte é um ato de justiça simbólica, rompendo o silêncio imposto. Um resgate da plena humanidade e a memória de nossos ancestrais.
Assinada pelo diretor do Arquivo Público do Estado da Bahia, Jorge X e com a Coordenação de Preservação Documental de Adauto Silva, a exposição é um convite para todos refletirem. Portanto, sobre a importância de reconstruir e honrar as memórias fragmentadas em 388 anos de escravidão. Assim, resgatando a dignidade ancestral que foi muitas vezes negada.
Foto: divulgação

