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São Silvestre 2025 tem número recorde de participação de mulheres

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Ao chegar em sua centésima edição, a Corrida Internacional de São Silvestre alcança novas marcas. Neste ano, 55 mil corredores, de 44 países, se inscreveram para participar da mais tradicional corrida de rua do Brasil, um recorde em sua história. Recorde também em participação de mulheres, que representam 47% do total dos inscritos.

O aumento da participação feminina na mais tradicional corrida do país foi celebrado pelos principais nomes do esporte brasileiro na prova. Durante entrevista à imprensa concedida no fim da manhã de hoje (30), na capital paulista, a atleta Nubia de Oliveira, melhor colocada na São Silvestre no ano passado, disse que esse crescimento na participação de mulheres lhe motiva ainda mais para vencer a prova amanhã.

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“A São Silvestre tem 100 anos de história e, nos últimos anos, vem aumentando muito o número de mulheres. Essa participação era proibida para nós [mulheres, no passado]. Foi só anos depois [a partir de 1975] que a mulher pôde participar [da São Silvestre]”, disse.

“Todas as mulheres que participaram da São Silvestre, e as que foram campeãs, me motivam e me inspiram, assim como a gente também, que agora está nesse cenário, motivamos outras mulheres a estarem participando [da prova]”, acrescentou.

Na avaliação de Nubia, a corrida de rua aumentou muito, “então esse é um momento onde a mulher se reencontra e onde vencemos os nossos desafios, porque a gente não tem limite. A gente que impõe os nossos limites, e a corrida mostra isso: superação e determinação a todo momento”, destacou.

A brasileira Jeane dos Santos foi outra corredora a exaltar o aumento da participação de feminina na São Silvestre.

“Não esperava hoje estar participando da centésima São Silvestre. E hoje eu me vejo nesse cenário lindo, que me tirou da depressão e de uma crise de ansiedade”, confessou.

“Na minha cidade, que é Santo Antônio de Jesus, na Bahia, eu sou referência para todas mulheres. Muitas mulheres mandam mensagem para mim dizendo que começaram a correr através de mim”, disse a atleta.

“Hoje a corrida é uma libertação para nós, mulheres. Quando eu começo a correr ou vou treinar, esqueço do mundo, esqueço de tudo e me sinto livre. É o que nós, mulheres, temos que sentir: sermos livres”, completou Jeane.

 

Apesar de se dizerem prontas e bem preparadas para disputar a prova amanhã, Núbia e Jeane sabem que não será fácil romper um tabu de vitórias do Brasil na São Silvestre, que já dura desde 2006. Uma das dificuldades será ultrapassar as quenianas, que tem subido ao pódio mais alto, de forma consecutiva, desde 2016.

A queniana Cynthia Chemweno, que chegou em segundo lugar no ano passado, será uma dessas adversárias amanhã. “Estou muito orgulhosa de representar o meu país e amanhã eu vou voar”, prometeu, durante a entrevista.

“Correr no Brasil é muito bacana porque as pessoas, durante o percurso, ficam saudando os atletas. Isso traz muita alegria e me sinto muito bem correndo aqui”, destacou.

Outra adversária das brasileiras é a atleta da Tanzânia, Sisilia Ginoka Panga. Ela revelou ser sua primeira vez no Brasil, está curtindo muito o clima e a energia de São Paulo, e pronta par correr. “Me preparei bem nesse período e, com certeza, vou fazer uma boa corrida”, afirmou.

Jeito africano e jeito brasileiro

No masculino, a última vez que um atleta brasileiro venceu a São Silvestre foi em 2010, com Marilson Gomes dos Santos. Desde então, o domínio quase exclusivo é de atletas africanos.

Para Johnatas Cruz, o brasileiro melhor colocado nas duas últimas edições da São Silvestre, destacou a forma de competir dos africanos na comparação com os brasileiros. Segundo ele, enquanto os africanos treinam e correm de forma coletiva, os brasileiros valorizam a individualidade. Em sua visão, “se esse jeito brasileiro de correr não for alterado”, dificilmente o Brasil voltará ao topo da prova.

 

 

Agência Brasil

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