A Associação de Baianas de Acarajé (Abam) manifestou-se publicamente contra as recentes alterações feitas na receita tradicional do acarajé, que vem sendo comercializado em algumas cidades sob o nome de “acarajé do amor”, com cobertura doce inspirada no popular “morango do amor”.
Diferente da versão original, que leva acompanhamentos como vatapá, camarão e caruru, o novo formato ganhou uma estética e sabor mais próximos de sobremesa, o que gerou forte reação por parte da entidade que representa as baianas de acarajé, informa portal Terra.
Em nota oficial, a Abam criticou a iniciativa, destacando que o acarajé é um alimento ancestral, com forte ligação cultural e religiosa, e que não deve sofrer descaracterizações. “Somos empreendedoras ancestrais e focadas na tradição deixada por nossos antepassados, sem surfar nas influências contemporâneas sem propósito”, declarou a associação.
A origem do acarajé no Brasil remonta à chegada de escravizados africanos, principalmente da região do atual Benim, que teriam trazido a receita do bolinho de feijão frito como parte de seus saberes culinários e religiosos.
A Abam reforçou ainda que o ofício das baianas é reconhecido como uma expressão de patrimônio imaterial, e que qualquer modificação sem contexto cultural ou histórico compromete a identidade do prato e daqueles que o produzem.