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Excessos com comida no São João podem agravar doenças

As iguarias gastronômicas desta época são de deixar qualquer um com água na boca, mas é preciso cuidado

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Adorado pelos brasileiros, e principalmente pelos nordestinos, o mês de junho chega trazendo muito forró, alegria e saborosas comidas com o São João. A rica cultura popular brasileira é exaltada e comemorada do jeito que a maioria do povo gosta: música, bebida e uma mesa farta de comidas típicas

Pé de moleque,  rapadura, pamonha, canjica, cocada, mugunzá, cachorro-quente, bolos de milho, tapioca e de carimã. São muitas as opções de sabor que enchem a boca dos amantes do período junino e que justamente por isso se permitem ao exagero sem pensar nos riscos.

Mas como não é só de festa e comida que se vive,  especialistas alertam para a importância de se ater aos excessos. Nesse período do ano, não são apenas as calorias que podem aumentar, mas também a entrada de pessoas em unidades de saúde com mal-estar provocado pelo desconforto estomacal, pelo alto índice glicêmico, pelo colesterol alto e por placas de gorduras nas artérias que aumentam os riscos de infarto e AVC.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma dieta equilibrada e saudável precisa levar em conta o contexto cultural, os alimentos disponíveis localmente, bem como os hábitos alimentares, entre outros fatores.

Segundo o nutricionista Vitor Albuquerque,  a atenção deve ser redobrada para quem tem doenças preexistentes e outras condições de saúde, como diabetes, colesterol e triglicerídeos altos, além de excesso de peso. “As pessoas com problemas renais devem ficar alertas aos alimentos que contêm muito sal. O ideal seria manter uma alimentação  alimentos in natura ou minimamente processados”, afirma.

O nutricionista cita o guia da alimentação brasileira, elaborado pelo Ministério da Saúde, e diz que todo brasileiro pode curtir bastante o arraiá  mantendo uma dieta saudável. “Evitar alimentos embutidos, como salsicha e presunto, bolos industrializados e preferir comidas como milho, coco, mandioca, amendoim, batata-doce. Se preparados corretamente, são benéficos ao organismo”, acrescenta.

Além disso, continua Albuquerque, é importante que quem prepara os quitutes se atenha ao açúcar, à gordura e ao sal. “Pode trocar a salsicha do cachorro-quente por carne desfiada, evitar o leite condensado na canjica, menos açúcar e mais canela. Pipoca de panela melhor do que micro-ondas, além de cortes de carnes mais magros”, explica.

Antes de Cristo – É válido lembrar que as festas regadas a bebida e a comida neste período junino antecedem cristianismo. Nessa época do ano, há séculos, muitos povos comemoravam o início da colheita e pediam aos deuses fartura para as próximas.

“O hábito de se fartar de comida é antigo. No Brasil, os povos originários também faziam rituais de celebração ligados à agricultura, com danças e muita comida e caldos. Com a chegada dos portugueses e os festejos juninos cristãos, eles adaptaram os pratos do festejo de São João, São Pedro e Santo Antônio,  ao que tinha boa colheita no inverno brasileiro, como o milho.”, comenta o nutricionista Victor Albuquerque.

O especialista conta,ainda, que as comidas juninas que se tem atualmente tem referência nas culinárias indígenas e africanas. Um desses alimentos é justamente o milho, que com a ajuda das receitas das culinárias indígenas e africanas se tornou o ingrediente principal dos pratos mais famosos das festas juninas brasileiras, como canjica, pamonha, curau, pipoca, bolo de milho entre outros.

Fonte: Tribuna Da Bahia