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Cérebro social. Por que interações reduzem stress e depressão?

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Por Valéria Casseb

O ser humano é configurado para se relacionar. A frase pode parecer óbvia num primeiro momento, principalmente quando a analisamos do ponto de vista cultural, já que o homem sempre viveu em pares. Mas, ao observarmos do ponto de vista evolutivo, entendemos que essa necessidade de estar em contato com os outros é também biológica. Graças à capacidade de se comunicar e interagir, foi possível para a nossa espécie sobreviver e prevalecer em meio a ambientes hostis.

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O “cérebro social” é um conceito da neurociência que se baseia em comprovações científicas acerca de circuitos cerebrais ligados às relações sociais, ou seja, áreas envolvidas com autoconsciência e empatia, que é a capacidade de se colocar no lugar do outro.

Essa necessidade de se relacionar é tão inerente ao ser humano, que vimos crescer nos últimos anos o aumento de casos de crises de ansiedade e depressão, decorrentes do isolamento na pandemia do Covid-19. O lockdown mostrou isso de forma muito contundente e só agora estamos conseguindo mensurar de fato os efeitos do afastamento social na saúde mental das pessoas.

A ausência de relações causa não só prejuízos cognitivos e motores, mas neuropsicológicos também, a partir de um desequilíbrio químico, especialmente relacionado à produção de serotonina, dopamina – neurotransmissores com papel de trazer sensação de bem estar e recompensa – e ocitocina, que é considerado o “hormônio do amor”. Este hormônio é ativado em situações de interação social e, junto com outros neurotransmissores, ajuda a diminuir respostas de ansiedade e estresse, produzindo emoções positivas. A ocitocina também está ligada à sensação de gratidão e confiança.

Se não fosse pela socialização não teríamos a máquina cerebral que temos hoje, com todas as atualizações e recursos disponíveis. Interagir nos permitiu que antigíssemos uma complexidade cerebral única para nossa espécie.

Alimentar boas relações, praticar empatia, desenvolver habilidades de linguagem e comunicação sempre foi e sempre será nosso maior diferencial no processo evolutivo, como espécie e como pessoa!

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