segunda-feira | 09.06 | 4:28 PM

Ceasa do Ogunjá reabre após dez dias fechada por problemas estruturais

O fechamento repentino, sem aviso prévio segundo os permissionários, causou prejuízos financeiros e mobilizou protestos por parte de trabalhadores e comerciantes

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Após dez dias de portas fechadas, o Mercado do Ogunjá, mais conhecido como Ceasinha do Ogunjá, reabriu nesta segunda-feira (9) após a realização de obras emergenciais de escoramento. O equipamento público, que é referência para o comércio de alimentos na capital baiana, havia sido interditado no dia 29 de maio após a identificação de problemas estruturais que colocavam em risco a segurança do prédio.

O fechamento repentino, sem aviso prévio segundo os permissionários, causou prejuízos financeiros e mobilizou protestos por parte de trabalhadores e comerciantes. Durante o período, relatos de perdas de mercadorias e insegurança sobre o futuro do espaço marcaram o cotidiano de quem depende da Ceasa para sobreviver.

Em entrevista à Tribuna da Bahia, a permissionária Jacira Monteiro comemorou a reabertura do espaço e relatou as dificuldades enfrentadas nos últimos dias. “Eu até dormi melhor essa noite. A gente estava sem dormir direito, era muita preocupação: com o trabalho, com as dívidas, com os nossos colaboradores. A gente vive lá, eu mesma estou no Ogunjá há mais de 30 anos. Nossos filhos cresceram lá, se formaram com o que a gente ganhou ali. Nossa vida está ali dentro. Saber que podia acabar do nada foi desesperador”, disse.

Jacira pontuou ainda que a mobilização dos permissionários, da imprensa e da comunidade foi fundamental para garantir o retorno do funcionamento. “A televisão, os meios de comunicação, a voz do povo… todos se uniram. Se a gente tivesse ficado parado, aceitado o fechamento, teria acabado tudo. Foi a pressão que garantiu o retorno.”

Apesar da reabertura, ela lembra que os prejuízos foram significativos. “Tive que jogar fora muita coisa: verduras, legumes, saladas prontas. Alguns alimentos consegui congelar, outros eu distribuí entre amigos e familiares. Mas a perda foi grande. Só em vendas, minha barraca deixou de faturar mais de R\$ 15 mil nesses dez dias. Isso impacta muito, porque a gente compra uma semana e paga na outra. Os boletos não esperam.”

Mesmo com o cenário difícil, Jacira já se prepara para o recomeço. “Amanhã vou fazer panqueca, bife, frango assado com molho de laranja. Já coloquei nas redes sociais que voltamos. Muitos clientes já me ligaram dizendo que vão aparecer. A gente está com esperança.”

Outro permissionário, Luciano Almeida, também celebrou o retorno das atividades. “A sensação é de alívio. A gente sabe o que um dia sem lucro causa em nossas vidas, tanto profissional quanto pessoal. Participei de tudo, acompanhei com ansiedade, torcendo por uma solução rápida”, afirmou.

À Tribuna da Bahia, o Secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, que esteve à frente das ações durante a interdição, afirmou que a prioridade do governo foi garantir a segurança das pessoas. “Desde o primeiro momento, nossa prioridade foi preservar vidas. Fizemos um esforço coletivo para garantir a segurança da estrutura e minimizar os prejuízos dos permissionários. Realizamos reuniões e atendimentos individualizados com os comerciantes para compreender os impactos e buscar soluções. A reabertura do mercado foi autorizada após a finalização das obras emergenciais de escoramento e a emissão de um parecer técnico que atesta a segurança para os permissionários e consumidores.” 

 

Fonte: Tribuna da bahia

Foto: Divulgação/Reprodução