Um problema que tem alertado os especialista de trânsito e os médicos oftalmologistas para o futuro: a visão. Com o excesso do uso de telas, como celular, computador, tablet, entre outros, que fazem parte do dia a dia da vida social e profissional, a visão pode estar comprometida para os futuros motoristas. Em até 20 anos, cerca de 52% da população mundial poderá sofrer algum grau de cegueira ou deficiência visual significativa. Os motoristas estão entre os mais afetados por essa tendência alarmante.
Na Bahia existem aproximadamente 3.517.952 motoristas habilitados que trafegam pelas vias do Estado. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1,19 milhão de pessoas morrem todos os anos em acidentes de trânsito. Esse número pode aumentar se levar em consideração ao crescente número de acidentes provocados pela deficiência da visão em duas décadas.
Entre as doenças oculares, o oftalmologista e consultor da Fenasdetran, Armênio Santos, lista as que afetam os motoristas: o Glaucoma é uma doença que não tem cura, mas tem tratamento. Afeta a visão periférica e, quando não tratado, leva a uma visão tubular e até cegueira definitiva. Já a Miopia, quando não corrigida, tem dificuldade de ver para longe. Hipermetropia é a dificuldade maior de ver com perfeição para perto ou à média distância, com uso de óculos corrige a distorção. Já o Astigmatismo a visão não tem foco nítido e a luz causa distorção na capacidade visual. Imagina na direção noturna e os faróis intensos nas vias. E por último o Ceratocone é um altíssimo e irregular astigmatismo que dificulta a correção através de lentes.
Armênio Santos – Oftalmologista
Segundo Mário Conceição, presidente da Federação Nacional das Associações de Detran, o Brasil enfrenta uma realidade alarmante no trânsito com mais de 40 mil mortes por ano em sinistros. “A previsão feita pelo médico oftalmologista Armênio Santos, de que em 20 anos o país terá motoristas com deficiência visual por causa do uso excessivo de telas, torna esse cenário ainda mais grave. Isso porque a visão é um dos sentidos mais fundamentais para a direção segura…” pontuou Conceição.
Armênio Santos chama a atenção às crianças. Segundo o médico, este público será os motoristas em duas décadas e serão responsáveis pelo trânsito. Para ele, é necessário uma educação familiar para dosar o uso de telas por esse público-alvo, evitando, assim, doenças oculares futuras. “as crianças têm papel fundamental na vida como um todo e, no trânsito, por causar sequelas físicas e mortes plenamente evitáveis que os acidentes de trânsito proporcionam. A vida é um todo, o trânsito um detalhe da vida…” disse.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já aponta que cerca de 1,19 milhão de pessoas morrem anualmente em acidentes de trânsito em escala global. “se não houver uma mudança de hábitos e maior conscientização sobre os danos causados pelo uso prolongado de telas, especialmente entre motoristas, esse número pode crescer ainda mais. É urgente investir em campanhas educativas, revisões de normas de saúde visual e políticas públicas que promovam o uso responsável da tecnologia…” pontuou Mário.
Para Armênio, o problema, quem vem afetando o trânsito lentamente, altera a perfeita e necessária capacidade visual para uma boa condução veicular e o aumento do número de sinistros de trânsito. Ainda segundo o médico, é necessário realizar políticas públicas de promoção da saúde visual pelo governo, levando conhecimentos sobre a saúde visual e prevenção da cegueira na base da vida. “crianças, salas de aulas com os professores e familiares dos alunos juntos, distinguindo a “saúde social do assistencialismo social na máxima de que: saude é bom e barato; caro é a doença.
Fonte: Tribuna da Bahia
Foto: Romildo de Jesus