Pela primeira vez na história, um norte-americano assume o comando da Igreja Católica. Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi eleito Papa na tarde desta quarta-feira (7) e adotou o nome de Leão XIV. A tradicional fumaça branca surgiu no início da noite em Roma, anunciando ao mundo o novo líder espiritual de mais de 1,4 bilhão de católicos.
Prevost era considerado uma figura de conciliação entre conservadores e reformistas dentro da Igreja — o que pode ter garantido os votos decisivos para sua eleição. Embora não estivesse entre os mais cotados nas casas de apostas, já ocupava cargos estratégicos no Vaticano, como o Dicastério para os Bispos e a Comissão para a América Latina. Sua escolha encerra a Sé Vacante de 17 dias, iniciada com a morte do Papa Francisco, vítima de um AVC.
Na varanda da Basílica de São Pedro, o novo pontífice saudou a multidão com simplicidade: “A paz esteja com você” — frase que já indica o tom de sua liderança. Leão XIV é ligado à Ordem de Santo Agostinho, tem um histórico missionário na América Latina e é descrito como um perfil discreto e diplomático. Em seu discurso, evitou gestos de ruptura, mas usou a tradicional capa vermelha deixada de lado por Francisco.
Fora do Vaticano, a eleição teve repercussões imediatas. O ex-presidente Donald Trump celebrou a escolha de um papa americano e sinalizou desejo de encontrá-lo em breve — embora o novo pontífice tenha feito críticas públicas às políticas do governo dos EUA nos últimos meses.
Agora, Leão XIV assume o papado em meio a uma Igreja em transformação. Os desafios à frente são imensos: desde o enfrentamento aos escândalos de abuso e à queda de vocações até o reposicionamento político da Santa Sé em um mundo polarizado. Caberá a ele encontrar o equilíbrio entre tradição e mudança — uma missão que seu histórico multicultural pode ajudar a cumprir.