As tensões comerciais entre o Brasil e os Estados Unidos provocaram um novo dia de instabilidade nos mercados financeiros. A Bolsa de Valores brasileira fechou esta segunda-feira (28) no menor nível em mais de três meses, enquanto o dólar comercial se aproximou da marca de R$ 5,60.
O índice Ibovespa, principal indicador da B3, encerrou o dia com queda de 1,04%, aos 132.129 pontos. Trata-se do menor patamar desde 22 de abril. No acumulado do mês de julho, o índice já registra uma desvalorização de 4,84%.
No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou vendido a R$ 5,59, com alta de R$ 0,029 (+0,52%). Durante a manhã, por volta das 10h50, a cotação chegou a R$ 5,61. Essa é a maior cotação da moeda norte-americana desde 4 de junho. Mesmo com o avanço neste mês (alta de 2,87% em julho), a divisa ainda acumula queda de 9,49% em 2025, informa Agência Brasil.
A movimentação no câmbio refletiu, em parte, os efeitos globais da assinatura de um acordo comercial entre Estados Unidos e União Europeia, que estabeleceu tarifa-padrão de 15% para produtos do bloco europeu exportados aos EUA. Como consequência, o euro comercial teve queda e fechou cotado a R$ 6,47, com recuo de 0,78%.
No entanto, o Brasil foi mais impactado que outros mercados. Isso ocorreu devido à repercussão de uma declaração feita no domingo (27) pelo secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick. Em entrevista a uma emissora norte-americana, ele afirmou que a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, aprovada ainda no governo Trump, entrará em vigor no dia 1º de agosto, sem adiamento.
