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ONU alerta para risco iminente de morte de 14 mil bebês em Gaza por falta de alimentos e medicamentos

Ajuda humanitária autorizada ainda não foi distribuída e ONU aponta agravamento da crise humanitária

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Após 11 semanas de bloqueio à entrada de ajuda humanitária em Gaza, caminhões com suprimentos foram autorizados a cruzar a fronteira no último domingo (19). No entanto, segundo informações divulgadas pelas Nações Unidas nesta segunda-feira (20), os mantimentos ainda não chegaram à população local, informa Agência Brasil. 

Em entrevista à emissora britânica BBC, o diretor de Ajuda Humanitária da ONU, Tom Fletcher, alertou que até 14 mil bebês correm risco de morte nas próximas 48 horas caso não recebam alimentação e medicamentos. A organização também destacou que, embora Israel tenha autorizado a entrada de 100 caminhões, a quantidade representa uma fração do necessário — cerca de 500 veículos por dia seriam exigidos para atenuar os efeitos da escassez.

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O Exército israelense informou que 93 caminhões já ingressaram no território, mas a ONU afirma que a carga ainda não foi liberada para distribuição e passa por uma nova etapa de inspeção. A crise humanitária no território palestino continua a se agravar, com repercussões diplomáticas internacionais.

Nesta segunda-feira, o ministro de Relações Exteriores do Reino Unido anunciou a suspensão das negociações de um acordo de livre comércio com Israel e a imposição de novas sanções a colonos israelenses na Cisjordânia. A embaixadora de Israel em Londres também foi convocada para prestar esclarecimentos sobre a ofensiva militar em Gaza.Em resposta, o governo israelense afirmou que não cederá a pressões externas, defendendo sua atuação como necessária à segurança nacional.

No Brasil, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, classificou a ofensiva israelense como uma “carnificina”. Ele apresentou dados atualizados indicando que cerca de 90% da população de Gaza — aproximadamente 1,9 milhão de pessoas — foi deslocada desde o início do conflito. Segundo balanço da ONU datado de 13 de maio, mais de 53 mil civis palestinos teriam morrido, incluindo 15,6 mil crianças e 8,3 mil mulheres. Há ainda cerca de 120 mil feridos.

O Itamaraty informou que 12 cidadãos brasileiros e seus familiares foram retirados da Faixa de Gaza nesta segunda-feira e já se encontram na Jordânia. Entre eles, estão seis menores de idade.

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