
Os ataques entre Israel e Irã, ocorridos na quinta-feira (12), provocaram forte reação no mercado internacional de petróleo. O barril tipo WTI, referência nos Estados Unidos, teve alta de 8,33%, atingindo US$ 74,05. Já o Brent, padrão global, subiu 8,77%, chegando a US$ 75,44, informa A Tarde.
Segundo Sérgio Araújo, presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), esse tipo de oscilação é comum em momentos de instabilidade geopolítica. “É natural que o mercado tenha uma reação rápida, uma vez que no Irã, além de ser um grande produtor de petróleo, a movimentação naquela região é muito intensa. Por ora, ainda é especulativo. Precisamos aguardar uma estabilização. Não acredito que esse salto tão grande (na cotação) vai ser mantido”, afirmou em entrevista ao portal O Tempo.
Apesar do aumento nas cotações internacionais, o impacto imediato nos preços dos combustíveis no Brasil pode ser contido. Eduardo Melo, fundador da Raion Consultoria, explicou que a Petrobras já adota mecanismos para suavizar esse tipo de oscilação. “De certa forma, ela já utiliza na sua política de preços um mecanismo de amortecimento dessas volatilidades, desses períodos de maior estresse. Então, talvez para a maior parte do fornecimento que acontece hoje no Brasil, dificilmente em um curtíssimo prazo vamos ter um repasse direto nos preços das bombas”, avaliou.
Melo também destacou que a estatal costuma adotar uma postura cautelosa. “Ela adota essa postura de esperar o mercado se acalmar, ou ditar, realmente, o patamar de preço, se realmente isso que está acontecendo vai trazer alguma mudança estrutural em termos de mercado para que só assim faça algum movimento”, acrescentou.