A partir da próxima terça-feira (3), os trabalhadores da Avanço Transportes iniciarão uma greve por tempo indeterminado. A paralisação atinge diretamente os municípios de Candeias, Madre de Deus, Santo Amaro, Simões Filho, Lauro de Freitas, Camaçari e São Francisco do Conde, todos na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Milhares de passageiros devem ser afetados com a suspensão do serviço.
Segundo o Sindicato dos Rodoviários Metropolitanos (Sindmetro), a decisão foi motivada pelas condições precárias de operação da empresa, que, de acordo com a entidade, não tomou providências para regularizar e melhorar a qualidade do transporte. Um ofício foi enviado no início do mês à Agerba (Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos), solicitando ações urgentes — sem retorno efetivo até o momento.
Em comunicado, o presidente do Sindmetro, Mário Cleber, criticou a postura da Avanço e da própria agência reguladora. “Após 15 dias de prazo, a empresa não tomou nenhuma providência. Pelo contrário, a situação piorou. Além disso, os motoristas ainda foram acusados injustamente de má conduta e desvio de dinheiro. O problema é de gestão da própria empresa”, afirmou.
O sindicato também denuncia o sucateamento da frota e a demissão em massa de motoristas, que estariam deixando a empresa por não haver condições seguras de trabalho. “A empresa está operando com motoristas na diária porque muitos estão pedindo demissão para salvar vidas. Não há ônibus, não há frota. Por isso, a paralisação vai começar à meia-noite de terça-feira, por tempo indeterminado”, disse Cleber.
A situação dos veículos é outro ponto de crítica. De acordo com o sindicato, os ônibus em melhores condições foram deslocados para atuar em outros municípios, como Valença e Lauro de Freitas, enquanto os passageiros da RMS ficaram com veículos antigos e em situação precária. “Deram uma banana para o passageiro daqui”, ironizou o presidente da entidade. Além de convocar os rodoviários para uma mobilização em frente à garagem da empresa em Lauro de Freitas, Mário Cleber fez duras críticas à atuação da Agerba. “A Agerba é um órgão inerte. Deveria fiscalizar, mas não fiscaliza. É hora de cobrar responsabilidade.”
Com a paralisação, o transporte público na Região Metropolitana de Salvador deve enfrentar grandes impactos, agravando a rotina de milhares de usuários que dependem diariamente da Avanço Transportes para se locomover entre os municípios.