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MCTI lança programa Bolsa Futuro Digital para formar 10 mil programadores iniciantes até 2027

Com investimento de R$ 54,5 milhões, projeto gratuito será presencial e oferecerá bolsas mensais a jovens e adultos em 12 estados e no Distrito Federal

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Por: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) lançou nesta quinta-feira (23) o Programa Bolsa Futuro Digital, uma iniciativa voltada à capacitação de 10 mil novos programadores iniciantes nos próximos 24 meses. O programa é destinado a jovens e adultos sem experiência prévia na área de tecnologia e será executado de forma gratuita e presencial em 12 estados brasileiros e no Distrito Federal.

Nesta primeira etapa, serão oferecidas 5 mil vagas, com prioridade para estudantes oriundos da rede pública. Outras 5 mil vagas serão disponibilizadas em uma segunda fase, prevista para daqui a seis meses. O projeto prevê apoio financeiro mensal aos participantes durante o curso.

A ação faz parte da política pública Conecta e Capacita, coordenada pelo MCTI e financiada com recursos dos Programas e Projetos Prioritários de Interesse Nacional (PPIs) da Lei de Informática, totalizando um investimento de R$ 54,5 milhões. Segundo o ministério, o objetivo é atender à crescente demanda do mercado de trabalho por profissionais de tecnologia e promover inclusão social e digital.

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, destacou a importância do programa para a formação de mão de obra qualificada e ressaltou o compromisso com a inclusão de mulheres, que devem ocupar 50% das vagas oferecidas.

“O Bolsa Futuro Digital é um passo estratégico para preparar jovens para um setor que cresce continuamente e que será determinante para o futuro do desenvolvimento econômico do país”, afirmou a ministra.

Estrutura do curso

O curso terá duração de 9 meses, dividido em duas fases:

  • Formação técnica (6 meses):

    • Aulas presenciais duas vezes por semana (3 horas por encontro);

    • Conteúdo complementar online;

    • Bolsa de R$ 100 nos três primeiros meses e R$ 200 nos três meses seguintes.

  • Residência tecnológica (3 meses):

    • Participação opcional para alunos com melhor desempenho;

    • Atuação supervisionada em empresas parceiras;

    • Bolsa de R$ 600 mensais.

A formação será baseada em metodologias práticas, como Aprendizagem Baseada em Projetos (PBL) e Sala de Aula Invertida (Flipped Classroom). Os alunos poderão escolher entre duas trilhas de desenvolvimento:

  • Front-end: Interface, design, HTML, CSS, JavaScript, React e noções de UX.

  • Back-end: Lógica, servidores, bancos de dados, com linguagens como JavaScript, Python e Ruby.

Quem pode participar

Para se inscrever, é necessário:

  • Ter no mínimo 18 anos completos até o fim da formação;

  • Ter concluído (ou estar prestes a concluir) o ensino médio;

  • Ter estudado em escola pública ou em escola privada com bolsa integral;

  • Ter acesso à internet para atividades complementares.

Não é exigido conhecimento prévio em programação.

Estados contemplados

O programa será implementado presencialmente nos seguintes locais:

  • Norte: Pará

  • Nordeste: Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Bahia

  • Centro-Oeste: Goiás e Distrito Federal

  • Sudeste: Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo

  • Sul: Santa Catarina, Rio Grande do Sul

As aulas acontecerão em polos físicos, com locais definidos pelas instituições executoras.

Seleção

O processo seletivo inclui:

  1. Teste de raciocínio lógico;

  2. Envio de vídeo sobre motivação ou teste de fit cultural.

A matrícula será confirmada mediante apresentação de documento de identidade.

Instituições envolvidas

O programa será executado por três entidades tecnológicas credenciadas nos PPIs: CEPEDI, Softex Pernambuco (SoftexPE) e Instituto Hardware BR (HBR), sob coordenação da Softex nacional. Também participam universidades e institutos federais como IFB, IFSP, UFPE, IFMG, UEPB e outros.

Contexto

Segundo a Associação Brasileira das Empresas de TIC (Brasscom), o Brasil forma anualmente cerca de 46 mil profissionais de tecnologia, abaixo da demanda estimada de 70 mil. O setor oferece salários acima da média nacional, o que torna a capacitação uma oportunidade estratégica para inclusão e empregabilidade, especialmente entre jovens que hoje não estudam nem trabalham.

Mais informações e inscrições estão disponíveis no site oficial do programa: https://bfd.softexpe.org.br.