Por: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) lançou nesta quinta-feira (23) o Programa Bolsa Futuro Digital, uma iniciativa voltada à capacitação de 10 mil novos programadores iniciantes nos próximos 24 meses. O programa é destinado a jovens e adultos sem experiência prévia na área de tecnologia e será executado de forma gratuita e presencial em 12 estados brasileiros e no Distrito Federal.
Nesta primeira etapa, serão oferecidas 5 mil vagas, com prioridade para estudantes oriundos da rede pública. Outras 5 mil vagas serão disponibilizadas em uma segunda fase, prevista para daqui a seis meses. O projeto prevê apoio financeiro mensal aos participantes durante o curso.
A ação faz parte da política pública Conecta e Capacita, coordenada pelo MCTI e financiada com recursos dos Programas e Projetos Prioritários de Interesse Nacional (PPIs) da Lei de Informática, totalizando um investimento de R$ 54,5 milhões. Segundo o ministério, o objetivo é atender à crescente demanda do mercado de trabalho por profissionais de tecnologia e promover inclusão social e digital.
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, destacou a importância do programa para a formação de mão de obra qualificada e ressaltou o compromisso com a inclusão de mulheres, que devem ocupar 50% das vagas oferecidas.
“O Bolsa Futuro Digital é um passo estratégico para preparar jovens para um setor que cresce continuamente e que será determinante para o futuro do desenvolvimento econômico do país”, afirmou a ministra.
Estrutura do curso
O curso terá duração de 9 meses, dividido em duas fases:
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Formação técnica (6 meses):
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Aulas presenciais duas vezes por semana (3 horas por encontro);
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Conteúdo complementar online;
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Bolsa de R$ 100 nos três primeiros meses e R$ 200 nos três meses seguintes.
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Residência tecnológica (3 meses):
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Participação opcional para alunos com melhor desempenho;
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Atuação supervisionada em empresas parceiras;
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Bolsa de R$ 600 mensais.
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A formação será baseada em metodologias práticas, como Aprendizagem Baseada em Projetos (PBL) e Sala de Aula Invertida (Flipped Classroom). Os alunos poderão escolher entre duas trilhas de desenvolvimento:
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Front-end: Interface, design, HTML, CSS, JavaScript, React e noções de UX.
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Back-end: Lógica, servidores, bancos de dados, com linguagens como JavaScript, Python e Ruby.
Quem pode participar
Para se inscrever, é necessário:
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Ter no mínimo 18 anos completos até o fim da formação;
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Ter concluído (ou estar prestes a concluir) o ensino médio;
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Ter estudado em escola pública ou em escola privada com bolsa integral;
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Ter acesso à internet para atividades complementares.
Não é exigido conhecimento prévio em programação.
Estados contemplados
O programa será implementado presencialmente nos seguintes locais:
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Norte: Pará
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Nordeste: Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Bahia
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Centro-Oeste: Goiás e Distrito Federal
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Sudeste: Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo
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Sul: Santa Catarina, Rio Grande do Sul
As aulas acontecerão em polos físicos, com locais definidos pelas instituições executoras.
Seleção
O processo seletivo inclui:
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Teste de raciocínio lógico;
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Envio de vídeo sobre motivação ou teste de fit cultural.
A matrícula será confirmada mediante apresentação de documento de identidade.
Instituições envolvidas
O programa será executado por três entidades tecnológicas credenciadas nos PPIs: CEPEDI, Softex Pernambuco (SoftexPE) e Instituto Hardware BR (HBR), sob coordenação da Softex nacional. Também participam universidades e institutos federais como IFB, IFSP, UFPE, IFMG, UEPB e outros.
Contexto
Segundo a Associação Brasileira das Empresas de TIC (Brasscom), o Brasil forma anualmente cerca de 46 mil profissionais de tecnologia, abaixo da demanda estimada de 70 mil. O setor oferece salários acima da média nacional, o que torna a capacitação uma oportunidade estratégica para inclusão e empregabilidade, especialmente entre jovens que hoje não estudam nem trabalham.
Mais informações e inscrições estão disponíveis no site oficial do programa: https://bfd.softexpe.org.br.