domingo | 03.08 | 9:21 PM

Tesla enfrenta queda nas vendas na Europa em meio a críticas a Elon Musk e concorrência crescente

Registros da marca caíram em julho no mercados-chave europeus, desafios regulatórios, envelhecimento da linha de veículos e perda de incentivos fiscais agravam cenário

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Os registros de novos veículos da Tesla recuaram em julho em diversos mercados importantes da Europa, mesmo com o lançamento de uma versão atualizada de seu principal modelo, o Model Y. A fabricante de veículos elétricos enfrenta atualmente uma série de dificuldades, que vão desde a crescente competição no setor até críticas às posições políticas de seu CEO, Elon Musk, além de entraves regulatórios.

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A Tesla lida com o envelhecimento de sua linha de automóveis, ao mesmo tempo em que novos concorrentes, especialmente de origem chinesa, chegam com modelos mais acessíveis. A montadora está iniciando a produção de um novo modelo de menor custo, mas essa fabricação deve se intensificar apenas no próximo trimestre, um cronograma posterior ao inicialmente planejado.

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De acordo com dados do setor automotivo, os registros da marca que servem como indicador de vendas, apresentaram queda expressiva em diversos países europeus em julho, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Na Suécia, a queda foi de 86%, com apenas 163 carros registrados. Na Dinamarca, a redução foi de 52% (336 veículos); na França, 27% (1.307); na Holanda, 62% (443); e na Bélgica, 58% (460). Com esses resultados, julho marcou o sétimo mês consecutivo de retração nas vendas da Tesla nesses países.

Outros mercados também acompanharam essa tendência: na Itália, os registros caíram 5%, totalizando 457 veículos, enquanto em Portugal a queda foi de 49%, com 284 unidades.

No acumulado do primeiro semestre de 2025, as vendas da Tesla na Europa caíram mais de um terço em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Noruega e Espanha foram exceções à tendência de baixa. Em julho, os registros da Tesla nesses países aumentaram 83% e 27%, com 838 e 702 veículos, respectivamente.

A ausência de novos modelos de entrada com preços mais acessíveis até o último trimestre do ano e o fim próximo de um subsídio fiscal de US$ 7.500 nos Estados Unidos para compradores de carros elétricos contribuíram para a cautela da empresa. Em julho, Elon Musk reconheceu que a companhia pode enfrentar “alguns trimestres difíceis”.

O CEO também destacou que regulamentações rigorosas relacionadas à direção autônoma dificultam a comercialização do Model Y em certos mercados europeus. Segundo Musk, o sistema opcional de direção automatizada supervisionada do veículo é considerado um diferencial importante, especialmente nos Estados Unidos.

“Nossas vendas na Europa devem melhorar de forma significativa assim que conseguirmos oferecer aos clientes a mesma experiência disponível nos EUA”, afirmou Musk durante conversa com analistas, informa CNN Brasil.

Os registros do Model Y, especificamente, sofreram quedas acentuadas em alguns países: na Suécia, recuo de 88%; na Dinamarca, 49%. Por outro lado, na Noruega, os registros desse modelo mais que quadruplicaram, chegando a 715 unidades.

Enquanto isso, o mercado automotivo em geral apresentou crescimento em diversos países europeus no mês de julho. A Dinamarca teve alta de 20% nas vendas de veículos; a Suécia, 6%; a Noruega, 48%; a Espanha, 17%; a Holanda, 9%; e Portugal, 21%. Já França, Itália e Bélgica registraram retrações de 8%, 5% e 2%, respectivamente.

Os dados referentes às vendas de automóveis na Alemanha e no Reino Unido para o mês de julho ainda não foram divulgados, mas devem ser publicados na próxima semana.

Além da Tesla, outras montadoras europeias – como Volkswagen, Mercedes-Benz, Stellantis, Renault e BMW, também divulgaram resultados fracos no segundo trimestre. Essas empresas apontaram que a queda na demanda e as tarifas de importação dos Estados Unidos exerceram pressão sobre seus desempenhos financeiros.

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