O Mosteiro de São Bento vai sediar no próximo domingo um ato religioso em defesa da liberdade e da democracia, promovido pelo Movimento Geração 68 e o Grupo Tortura Nunca Mais.
O objetivo é fortalecer a luta da cidadania brasileira pelo bom funcionamento das instituições, ao reverenciar a memória de vítimas da mais recente ditadura militar, entre 1964 e 1885, incluindo os desaparecidos.
A referência do mês de agosto para a celebração decorre da invasão do santuário do mosteiro por forças da repressão, apesar da resistência do abade D. Timóteo, ao proteger jovens perseguidos por terem realizado uma manifestação contra as torturas e sequestros.
O atentado deixou vestígios de buracos de bala em meio às imagens dos santos católicos e outros instrumentos sagrados para a liturgia verdadeiramente cristã, mas assim como centenas de outros agentes da repressão, os acusados, incluindo militares praticantes de ilícitos, terminaram beneficiados com a Lei da Anistia, em 1979.
– As ditaduras da América do Sul criaram esta figura do “desaparecido”, como forma de sumir com as pessoas sem deixar vestígio – disse uma das integrantes do Movimento Geração 68, Diva Santana.
As constantes ameaças à democracia, no atual contexto político, considerando a importância do Brasil como país vocacionado para a grandeza, despertaram a atenção da imprensa internacional para a cobertura do ato religioso.
O abade do mosteiro de São Bento, D. Emanuel D’Able, e a pastora Sônia Mota, confirmaram presença na celebração, tendo como um dos pontos altos a lista de presença de cada uma das pessoas atacadas sem mandado judicial.
Fonte: Jornal A Tarde
Foto: Xando Pereira /Agência Pereira
