O Dia Nacional do Patrimônio Histórico, 17 de agosto, será duplamente comemorado na Bahia, com a reabertura dos museus administrados pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), vinculado à Secretaria de Cultura do Estado (Secult). Fechados há um ano e meio, devido à pandemia, agora, em virtude da flexibilização das atividades determinada pelas autoridades públicas municipal e estadual, os espaços culturais terão horários de funcionamento diferenciados e continuarão seguindo as regras de prevenção à Covid-19, com o uso obrigatório de máscara, álcool em gel, distanciamento social e limitação do número de visitantes.
Na capital, apenas o Museu de Arte da Bahia (MAB), o Palacete das Artes e o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM) reabrem no dia 17. No interior, o Museu do Recolhimento dos Humildes e o Parque Histórico Castro Alves voltam a funcionar no dia 19. Os museus Tempostal e Udo Knoff de Azulejaria e Cerâmica, localizados no Pelourinho, seguem fechados (para readequação dos espaços) até setembro, com programação especial comemorativa para a Primavera dos Museus. O Centro Cultural Solar Ferrão está em obras de revitalização e retornará em data a ser anunciada em breve.
Desde o início do isolamento social, os museus do Ipac têm desenvolvido ações nas redes sociais para manter a divulgação de seus acervos e atividades, além da comunicação com o público. Foram realizadas centenas de ações, a exemplos de lives, exposições e oficinas, sempre com temas ligados ao patrimônio artístico e cultural do estado. Com a reabertura, os museus passarão, dentro dos protocolos de segurança, a receber o público também para acompanhar a agenda educativa.
Programação dos museus
O Museu de Arte da Bahia (MAB) apresenta a exposição ‘Revisitando Modos de Ver e de Entender a Arte’, proporcionando ao público a oportunidade de conhecer ou rever obras do acervo, representantes dos diversos estilos artísticos através das diferentes linguagens, ou seja, pintura, desenho, gravura e escultura. A mostra procura desenvolver a percepção do público, estabelecendo as diferenças entre o olhar e o ver, e os conceitos de técnica, estilo e conteúdo, a partir das obras: ‘Alegoria da República’, de Manoel Lopes Rodrigues; ‘Alegoria da Paz’, de Sebastiano Conca; ‘Alegoria do Novo Mundo’, de José da Cunha Couto; ‘A Feira da Água de Meninos’, de Mendonça Filho, além de cópias de obras famosas, como ‘A Balsa da Medusa’ e ‘Davi com a Cabeça de Golias’.
O Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM) reabre com a exposição ‘O Museu de Dona Lina’, que utilizará dois espaços expositivos, a Capela e os dois andares do Casarão, reunindo 250 obras do Acervo fixo do MAM e peças do Acervo de Arte Popular do Centro Cultural Solar Ferrão, promovendo um diálogo entre as duas coleções. A mostra é uma homenagem à arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi (Roma 1914 — São Paulo 1992), que concebeu e foi a primeira diretora do MAM-Bahia, de 1959 a 1963. O Acervo de Arte Popular foi ainda uma iniciativa de Lina Bo Bardi, no fim da década de 1950 e início da década de 1960, a partir de doações e de viagens realizadas por ela no Recôncavo, no semiárido baiano e no Nordeste brasileiro.
No Palacete das Artes, duas mostras estarão à disposição do visitante. Na Sala Contemporânea, a exposição ‘Sobreviver’ vai homenagear os artistas Mario Cravo Jr. e Reinaldo Eckenberger. As obras dispostas no primeiro pavimento reúnem pinturas, gravuras, metal e esculturas, de pequenas e grandes dimensões, madeira e pedra sabão, do modernista baiano. No segundo pavimento estão aquarelas, desenhos, gravuras, peças em cerâmica e bonecos de pano, do artista contemporâneo argentino, radicado no Brasil.
No casarão do Palacete das Artes, o público terá a oportunidade de conferir as obras do artista plástico Sergio Amorim, na mostra ‘Águas de Salvador e da Baía de Todos os Santos’, interrompida durante a pandemia. Além de passar por abordagens do cotidiano de Salvador em diálogo entre o mar e as raízes da cidade, a mostra aponta para um olhar sensível pelo cenário soteropolitano e suas relações com o recôncavo e com o sertão baiano.
Nos museus situados no Pelourinho estão sendo realizadas intervenções que visam à requalificação dos espaços e, por conta disso, eles ainda não estarão funcionando no mês de agosto. O Museu Udo Knoff de Azulejaria e Cerâmica está executando serviços de pintura externa e interna e de marcenaria. Além da pintura, o Museu Tempostal está realizando a limpeza de paredes de alvenaria e a troca dos painéis expositores. Ambos se preparam para apresentar ao público uma releitura das exposições de longa duração.
O Centro Cultural Solar Ferrão e mais três imóveis anexos passam por um amplo conjunto de intervenções, que visam modernizar e revitalizar o equipamento cultural, protegendo e valorizando o patrimônio edificado e proporcionando um melhor atendimento aos visitantes. Atualmente, está sendo executado o projeto de Prevenção e Combate a Incêndio e Pânico do Centro Cultural Solar Ferrão. As intervenções do projeto de revitalização incluem pintura externa e interna, revisão de esquadrias, instalações elétricas e de iluminação e adaptação do banheiro do Museu Abelardo Rodrigues de acordo com normas de acessibilidade. Também está prevista a instalação de um elevador, que visa proporcionar melhorias de acesso aos diversos pavimentos do equipamento cultural.
Museus do interior
Os museus localizados no interior do estado reabrem no dia 19 de agosto. O Museu do Recolhimento dos Humildes, em Santo Amaro, abriga a exposição ‘Paisagens imaginárias’, do aquarelista Luiz Neto. Serão expostas 36 obras do artista, produzidas entre 2020 e 2021. Utilizando a técnica da aquarela, Luiz Neto retrata aves, jangadas, canoas, igrejas e casarões antigos, majoritariamente em paisagens marinhas. Ele se baseia em fotografias dos locais que o inspiram, pinta nos próprios ambientes ou mesmo cria locais fictícios. A exposição fica em cartaz até 15 de setembro.
O Parque Histórico Castro Alves, em Cabaceiras do Paraguaçu, conta com duas mostras de curta duração e expõe também o acervo do museu biográfico. A exposição ‘Uma casa sertaneja’ aborda aspectos do cotidiano e elementos do ofício de agricultor e de vaqueiro. Para que visitantes se sintam em um lar comum do sertão da Bahia, uma casa foi construída nos jardins do Parque e a própria comunidade do entorno contribuiu para a sua composição com doações. No seu interior, figuram peças de mobiliário; ornamentos; utensílios domésticos e instrumentos de trabalho.
Por meio de uma ação educativa realizada no Museu Udo Knoff de Azulejaria e Cerâmica, estudantes de artes visuais do Instituto Central de Educação Isaías Alves (Iceia) criaram as próprias versões de seus heróis favoritos. O resultado são 17 pinturas, em telas e em azulejos, que compõem a mostra ‘Representações dos super-heróis negros nos quadrinhos’. Após serem exibidas no museu localizado no Pelourinho, as obras expõem para os visitantes do Parque Histórico Castro Alves o olhar dos artistas sobre o tema. Já a exposição permanente com o acervo do museu convida os visitantes a mergulharem no universo do porta-voz literário da Abolição da Escravatura no Brasil, por meio de poemas, informações e objetos pessoais do escritor e familiares.
Horários de funcionamento dos museus
Museu de Arte da Bahia (MAB)
Av. Sete de Setembro, 2340 – Corredor da Vitória
Terça a sábado, das 12h às 16h
71 3117 6902
Palacete das Artes
Rua da Graça, 284
Terça a sábado, das 12h às 16h
71 3117 6987
Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM)
Av. Contorno, s/n°, Solar do Unhão
Terça a sábado, 13h30 às 17h30
71 3117 6132
Museu do Recolhimento dos Humildes
Praça Frei Bento, 59, Centro, Santo Amaro, Bahia
Terça a sexta, das 10h às 16h/Sábado, das 9h às 13h
Parque Histórico Castro Alves
Praça Castro Alves, 106, Cabaceiras do Paraguaçu-Bahia
Terça a sexta, das 10h às 16h/Sábado, das 9h às 13h
Fonte: Governo da Bahia
Foto: Fernando Vivas/GOVBA