Ao final da trezena, chega a festa em homenagem ao querido santo casamenteiro, que tem devotos por todo o Nordeste. Na Bahia, não seria diferente, especialmente com a consagração da primeira igreja dedicada ao ícone religioso no Centro Histórico de Salvador.
Na Paróquia do Santo Antônio Além do Carmo, no Centro Histórico, as homenagens terão início com a alvorada às 6h, seguida de Missas às 6h30, às 9h30, às 11h e às 16h30. Já às 18h, haverá uma procissão pelas principais ruas dos bairros Santo Antônio Além do Carmo e Barbalho, saindo e retornando para a Matriz, onde, após a chegada dos fiéis, será celebrada a última noite do trezenário.
“É o dia todo de atividade, começa às 6h da manhã com a alvorada, às 16h30 teremos a missa principal, a missa festiva, que será presidida pelo Cardeal Dom Sérgio da Rocha, onde será consagrado o novo altar de Santo Antônio, aqui nós chegamos ao ápice da festa.”, diz o Padre Jailson de Jesus dos Santos, responsável pela realização dos festejos da paróquia este ano.
“Logo após esta missa, nós teremos a procissão pelas ruas do bairro, e ao retornar da procissão teremos a trezena campal, que é a última celebração do dia, na praça. A expectativa é que as pessoas possam vir com devoção, com o coração aberto para a experiência de fé, se renovarem.”, ele adiciona.
Se engana quem acha que a fé pelo santo se resume ao almejo do matrimônio. O alcance de sua influência se estende a muitos aspectos, como sugere a sua trezena, repleta de orações que abordam diversos temas e, em tal, atraindo um amplo grupo de fiéis que creem nele para ajudá-los em seus momentos de necessidade.
“Minha avó era muito procurada para rezar o responso de Santo Antônio quando alguém perdia alguma coisa muito importante, ou quando estava com a saúde debilitada.”, compartilha Maria Tereza Oliveira, advogada e arteterapeuta.
“Fui ensinada que Santo Antônio era o santo das causas difíceis, como diz o responso. Então eu cresci apegada ao Santo Antônio como se ele fosse o bom amigo para resolver as coisas impossíveis, nunca o associei a santo casamenteiro.”, conta Tereza.
A fama de Antônio vai muito além de ser considerado como um santo milagreiro, com a capacidade de trazer o casamento aos seus crentes. Em vida, foi um homem virtuoso, conhecido por sua devoção à palavra do senhor.
“Sou nascida no dia de Santo Antônio, a Trezena está em nossa família há mais de 150 anos, sou a quarta geração da Trezena e sou devota, o dia mais feliz para mim é o dia do Santo Milagreiro. Fui criada tomando conta do altar, com 8, 9 anos já ajudava minha mãe. Nessa brincadeira, eu tenho 62 anos, já rezo e faço altar há mais de 50, muito mais.”, declara Antônia Regina Carvalho Oliveira Batista, professora estadual aposentada.
“Falava-se que, se a bíblia se perdesse, Santo Antônio iria escrever ela todinha, porque sabia ela de cor. Ele teve vida santa e trabalhou em favor dos pobres, os menos favorecidos. Por isso sou devota também, porque ele foi o maior divulgador do evangelho, não foi só saber, ele divulgava. Ele trabalhava em honra do evangelho de Jesus Cristo.“, afirma Carvalho.
“De 1º a 13 de junho, sinto uma felicidade tamanha, impossível de descrever. Sinto uma energia muito forte nessa época, toma conta de mim de uma forma tal que é visível, até as pessoas que me conhecem dizem: “Antônia, você está mais feliz!”, e é porque é o mês de junho. A festa do glorioso querido de Deus, o santo do mundo inteiro”, completa.
