domingo | 22.06 | 10:39 AM

Israel afirma ocasionar a morte de comandante iraniano em meio a escalada de ataques bilaterais

Conflito se intensifica com bombardeios mútuos, ataques a instalações estratégicas e tensões em torno do programa nuclear do Irã

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Israel afirmou neste sábado (21) que matou um comandante veterano iraniano durante a troca de ataques com o Irã, intensificando um cenário de hostilidade entre os dois países. A ação ocorreu um dia após o governo iraniano declarar que não irá negociar seu programa nuclear sob ameaça, enquanto países europeus buscam manter canais de diálogo abertos, informa CNN Brasil.

Segundo o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, o alvo do ataque foi Saeed Izadi, líder do Corpo Palestino da Força Quds, braço internacional da Guarda Revolucionária Iraniana. Ele foi morto em um ataque aéreo que atingiu um apartamento na cidade iraniana de Qom.

Katz classificou a operação como “uma grande conquista para a inteligência israelense e para a Força Aérea”, alegando que Izadi financiou e armou o grupo militante palestino Hamas antes do ataque de 7 de outubro de 2023 contra Israel, que deu início à atual guerra na Faixa de Gaza.

Embora veículos da mídia iraniana tenham confirmado ataques israelenses em Khorramabad, com a morte de cinco membros da Guarda Revolucionária, o nome de Izadi não foi citado nos relatos. Ele estava incluído em listas de sanções dos Estados Unidos e do Reino Unido.

A imprensa iraniana também reportou um ataque israelense a um edifício em Qom, com informações iniciais apontando a morte de um jovem de 16 anos e ferimentos em outras duas pessoas.

Instalações nucleares e lideranças iranianas sob ataque

A agência iraniana Fars noticiou ainda que Israel atacou a instalação nuclear de Isfahan, uma das maiores do país. Apesar do bombardeio, não houve relatos de vazamento de materiais perigosos.

Ali Shamkhani, aliado próximo do líder supremo do Irã, afirmou ter sobrevivido a um ataque. Em mensagem divulgada pela mídia estatal, declarou: “Era meu destino ficar com um corpo ferido, então fico para continuar sendo a razão da hostilidade do inimigo”.

Na manhã de sábado, sirenes de alerta aéreo foram acionadas em áreas centrais de Israel, incluindo Tel Aviv, e na Cisjordânia ocupada, em resposta a bombardeios de mísseis lançados a partir do Irã. Até o momento, não há registro de vítimas nesses ataques.

Tensão nuclear e escalada militar

Desde o dia 13 de junho, Israel tem lançado ataques contra o Irã, sob a justificativa de que o país persa estaria próximo de desenvolver armas nucleares. O Irã, por sua vez, nega essa intenção e sustenta que seu programa nuclear tem fins exclusivamente pacíficos. Em resposta, Teerã iniciou uma série de ofensivas com mísseis e drones contra o território israelense.

Embora amplamente se suponha que Israel possua armamento nuclear, o país mantém uma política de ambiguidade, sem confirmar nem negar sua posse.

Segundo a Agência de Notícias de Ativistas de Direitos Humanos, com sede nos Estados Unidos, os ataques aéreos israelenses já causaram 639 mortes no Irã, incluindo militares de alta patente e cientistas nucleares. A agência iraniana Nournews divulgou neste sábado os nomes de 15 oficiais e soldados da defesa aérea mortos nos confrontos com Israel.